Inundações no Brasil | Novo aumento na vazão dos rios no devastado Sul

Inundações no Brasil |  Novo aumento na vazão dos rios no devastado Sul

(Porto Alegre) As chuvas torrenciais que caíram no sul do Brasil aumentaram o fluxo dos rios no domingo, aumentando o temor de mais danos em uma região já devastada por enchentes sem precedentes que deixaram 145 mortos.


“A situação é crítica”, disse à AFP Antonio Vanzan, 50 anos, morador da cidade de São Leopoldo, subúrbio de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul devastado pelas enchentes.

“Se a chuva não parar, o que vai acontecer? Poderia elevar o nível do rio e aumentar a água nos bairros”, preocupa-se.

Não muito longe dali, em uma rua alagada, Cláudio da Silva rema um pequeno barco após observar os estragos em seu bairro. “Minha casa está destruída. Na casa vizinha, a do meu cunhado, a água chegava até metade do primeiro andar”, conta esse eletricista de 36 anos. “É um caos. Existem muitos animais mortos. É muito triste “.

As fortes chuvas do início do mês na região provocaram o transbordamento de rios, afetando mais de dois milhões de pessoas e deixando 145 mortos e 806 feridos, segundo o último balanço da Defesa Civil de domingo.

FOTO NELSON ALMEIDA, AGÊNCIA FRANCE-PRESSE

Em São Leopoldo

Cerca de 132 pessoas continuam desaparecidas, enquanto mais de 619 mil foram obrigadas a abandonar as suas casas devido a esta catástrofe, associada às alterações climáticas e ao fenómeno El Niño, segundo a mesma fonte.

“A situação vai piorar”

O Guaíba, corpo d’água que faz fronteira com a capital regional Porto Alegre – considerado tanto um rio, um lago ou um estuário – atingiu no sábado seu nível mais baixo desde 3 de maio (4,57 m).

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul, porém, indicou que a água no Guaíba pode subir até 5,5 metros entre segunda e terça-feira.

Nos dias 5 e 6 de maio, o Guaíba atingiu a marca recorde de 5,3 metros. Os primeiros transbordamentos ocorrem a partir de três metros.

Outros rios da região também apresentam níveis de água mais elevados do que nos últimos dias e continuam a transbordar.

A inundação do rio Taquari colocou em alerta a pequena cidade de Mucum, que mal se recuperou de um ciclone devastador em setembro passado.

A cidade de Pelotas, zona sul de Porto Alegre, “enfrenta um agravamento da situação” que “aumenta a probabilidade de inundações”, alertou a sua prefeita Paula Mascarenhas no Instagram, pedindo a evacuação das áreas de risco.

FOTO ANDRE PENNER, IMPRENSA ASSOCIADA

Para Porto Alegre

A capital regional de 1,4 milhão de habitantes, ainda parcialmente submersa e onde prosseguem as operações de resgate, também foi afetada pelas chuvas de domingo, notaram jornalistas da AFP.

“A situação vai continuar piorando”, escreveu o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, na rede social

No Nordeste do estado, existe “alto risco de grandes inundações e transbordamentos de rios, bem como deslizamentos de terra significativos”, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia.

A probabilidade de novas inundações é “muito alta” na maioria das regiões do estado, estimou o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden).

Em vídeo divulgado no domingo no X, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou sua “solidariedade” às vítimas. “Você não está sozinho”, garantiu ele.

O governo brasileiro prometeu libertar cerca de nove mil milhões de euros para a reconstrução deste importante estado agrícola.

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