Jair Bolsonaro pode torpedear a eleição presidencial brasileira?

20:00, 24 de julho de 2021

Manifestações exigindo sua demissão, gestão caótica da pandemia, estado de saúde frágil … Enquanto a eleição presidencial brasileira está marcada para outubro de 2022, os problemas aumentam para Jair Bolsonaro. Diante dessa situação, o presidente prepara seu contra-ataque.

Os problemas estão se acumulando para o presidente brasileiro de extrema direita. Primeiro na rua, enquanto pela quarta vez em menos de três meses, dezenas de milhares de cidadãos manifestaram-se ontem em mais de 280 cidades sob o apelo da oposição e dos sindicatos. Exigiram novamente a demissão de Jair Bolsonaro, ao mesmo tempo que o acesso à vacina para todos e a extensão da ajuda posta em prática para amortecer o choque provocado pela epidemia do coronavírus. Em seguida, perante a Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado, que questiona a gestão caótica da pandemia desde o final de abril e acaba de prolongar o seu trabalho por vários meses. Por fim, o último aborrecimento, o do seu estado de saúde: o Chefe de Estado, 66 anos, hospitalizado na semana passada por uma obstrução intestinal, beneficiou ainda ontem de acompanhamento ambulatorial.

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Embora a eleição presidencial deva ser realizada em outubro de 2022, as últimas pesquisas o mostram em grande parte derrotado pelo ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, que ostenta 46% das intenções de voto no primeiro turno, contra 25 % para o candidato cessante. Em dificuldades em todas as frentes, o ex-paraquedista tem contra-atacado nos últimos meses ao denunciar as lacunas do sistema de votação eletrónica, em vigor desde 1996. Jair Bolsonaro exige nomeadamente a impressão de recibo, para que cada voto possa ser recontado em caso de litígio. “Ou estamos fazendo eleições limpas no Brasil, ou não haverá eleições”, declarou no início de julho, levantando dúvidas sobre a real realização das urnas.

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No estilo de Trump

Uma forma, segundo vários analistas, de remobilizar seu núcleo duro de apoiadores e preparar mentes para um desafio em caso de derrota, como um Donald Trump. Até, segundo Kim Kataguiri, deputado de direita que foi um de seus apoiadores, para abrir caminho para um “golpe” … Opinião compartilhada pelo jornalista da revista piauiense André Petry, que lembra em sua última matéria que os brasileiros falam dessa possibilidade “em reuniões de trabalho, reuniões informais, almoços em família, mensagens de WhatsApp”. “Falta acertar a data, apenas a data, escreve ele. Ele virá antes, durante ou depois da eleição presidencial de 2022?”

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