O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (12) que criaria um ministério do Índio em caso de vitória nas eleições presidenciais de outubro, durante discurso a representantes dos povos indígenas.
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“Se já criamos um Ministério da Igualdade Racial, Direitos Humanos, Pesca, por que não um Ministério para tratar das questões relacionadas aos Povos Indígenas?“, declarou por ocasião do acampamento Terra Livre, que na última semana reuniu vários milhares de índios que vieram defender seus direitos em Brasília. “Esta carteira, será para um de vocês, não para um homem branco como eu“, disse ele, sob aplausos.
As questões relativas aos povos indígenas no Brasil são de responsabilidade da Fundação Nacional do Índio (Funai), órgão do governo subordinado ao Ministério da Justiça. Atualmente, a Funai é presidida por Marcelo Augusto Xavier, ex-comissário da Polícia Federal com fama de próximo ao agronegócio. Antes de seu discurso, Lula participou de rituais sagrados com duas lideranças indígenas. Ele usava um colar multicolorido e uma camiseta com a imagem de uma arara azul e amarela.
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Favorito das eleições presidenciais de outubro, o ex-sindicalista de 76 anos, que já presidiu o Brasil de 2003 a 2010, está cada vez mais em modo de campanha, mesmo que a apresentação de candidaturas ocorra apenas no mês de agosto. As pesquisas mostram um duelo no segundo turno com o presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro, que diminuiu a diferença para Lula nas intenções de voto nas últimas semanas.
“Estou pronto para governar este país novamente, 12 anos depois de deixar a presidência. Voltarei mais sábio, mais sereno, mais experiente“disse o ícone da esquerda. Em caso de vitória, Lula prometeu que cancelaria “imediatamente» os decretos do Chefe de Estado e as portarias do atual governo sobre questões indígenas. “Ninguém fará nada sem o seu consentimento“, ele adicionou.
Jair Bolsonaro chegou ao poder em 2019 com a promessa de não “não render um centímetro a mais» aos territórios reservados aos ameríndios, que hoje representam 13% da superfície do país. Ele também está tentando fazer com que o Parlamento aprove projetos de lei que autorizem atividades de mineração e agricultura nessas reservas.
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