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Marcia de Carvallo, The New Life of Orphan Socks

Postado em 9 de abril de 2021, 6h02

De São Paulo a Paris

Eu nasci e cresci no Brasil, em São Paulo. Tenho visto disparidades populacionais desde muito jovem e sempre disse a mim mesma que quero trabalhar em uma área onde possa, em pequena escala, fazer a diferença. Estudei ciências humanas e sociais na universidade e isso também alimentou muito meu pensamento. Meu amor pela França e pela língua francesa também vem daí, porque estudamos os filósofos iluministas e os grandes humanistas. Isso me surpreendeu e eu soube muito rapidamente que um dia voltaria para Paris.

Começos na moda

Senti falta do lado artístico e criativo. Cresci ao lado de uma máquina de costura, minha mãe tinha uma oficina de costura, depois várias lojas de roupas que ofereciam peças de estilistas excepcionais, muito inovadoras. Ela viajou para Paris e estudou moda em uma escola chamada Fleury Delaport. Não existe hoje, mas foi realmente separado. Me especializei em malhas e, assim que me formei, comecei a colaborar com diferentes casas como Chloe ou Azzaro. Criei minha primeira marca de roupas, sob meu nome, em 1992.

Um projeto nascido do ventre da vida cotidiana

Em 2008, foi convidada a apresentar uma coleção no Grand Prix de la Création para a cidade de Paris. Eu estava procurando uma ideia original e diferente, e ela me passou pela cabeça enquanto arrumava as gavetas para as roupas dos meus dois meninos. Eles já tiveram muitas meias órfãs! Então decidi recuperá-los e visualizar meu próprio conjunto deles. Ela sugeriu um corte diferente, um casaco, uma meia … Acho que o instinto vem do meu pai, ajudou muito. Ele estava sempre consertando e reciclando muitas coisas e roupas pela casa.

Para além da marca de roupa, Marcia de Carvalho criou também uma associação focada na integração profissional, no bairro Goutte d’Or, em Paris.© Dorian Prost para “Les Echos Week-End”

Luta contra o desperdício

A marca Orphan Socks surgiu do desejo de não desperdiçar mais o que pode ser evitado. Com a reciclagem, isso é algo potencial nos têxteis. Todas as nossas criações são feitas com meias recicladas, sejam elas danificadas ou encontradas sozinhas. Temos vários parceiros, como L’Oréal ou Clarins, que organizam coleções de meias dentro de suas empresas, e também coletamos doações de vários municípios e de pessoas físicas. Recolhemos cerca de duas toneladas por ano. Acredito que iniciativas com responsabilidade ambiental só são possíveis a partir da escolha do consumidor. Hoje, este último está cada vez mais envolvido.

Associação de Conscientização

Paralelamente à marca, criamos também a Socks Solidaires Association. Conseqüentemente, nossas meias são classificadas por pessoas em posição de fusão profissional. Também oferecemos treinamento sobre o reciclado e oficinas de conscientização sobre economia social e solidária em escolas do bairro Goutte d’Or, no 18º distrito de Paris, onde estamos localizados. Todos os projetos combinados, treinamos cerca de 2.000 pessoas anualmente. Somos uma estrutura pequena, porque somos quatro pela marca e cinco pela associação, mas temos a sorte de ter uma equipa de voluntários forte.

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Opal Turner

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