Veja o “mundo” – a não perder
A diretora brasileira Maya da Ren, nascida no Rio em 1979, apareceu no mapa mundial do cinema quando fez seu primeiro longa-metragem, febreFoi selecionado para o concurso de Locarno em 2019 – ano em que Pedro Costa conquistou o Leopardo de Ouro Vitalina Varela. Trabalho atmosférico e retrato de um nativo americano desenraizado, Justino (Regis Mirabeau), trabalhando no porto de Manaus, febre A Fipresci e seu elenco principal receberam o Prêmio de Tradução Masculina, fato marcante para este ator não profissional, oriundo da família xamânica e da etnia Desana.
É preciso dizer que este filme nasceu de um longo trabalho realizado com os moradores da região do alto Rio Negro, noroeste do estado do Amazonas, onde convivem cerca de duas dezenas de etnias. Esses homens e mulheres compartilham a mesma linguagem veículo, Tukano: eles consideram os animais (e outros seres) “povos” que vivem no mesmo mundo que o mundo dos homens e acreditam nas relações entre humanos, animais e a selva (Amazônia, em este caso). febre Lembra-nos, de outra forma, o belo filme de René Nader Massura e João Salaviza Canção da selva (2019), em um contexto antropológico entre a população indígena do Cerrado, no Nordeste do Brasil.
Mecânica diária precisa
Maya Da-Rin traça a jornada geográfica e mental de Justino, entre sua casa no subúrbio e um terreno industrial cheio de contêineres onde ele trabalha como segurança. Assim como eu no porto de Manaus, localizado na orla da floresta, Justino é retratado como um caçador observando uma presa invisível, e o filme Ele espalha todo o seu poder cinematográfico por esta região mista, entrelaçada entre dois mundos, “modernidade” ocidental versus As culturas indígenas do Alto Río Negro, nada menos que a vida. A escolha de acompanhar Justino no trajeto, seguindo seus passos, sua rotina e seu cotidiano tranquilo com a filha Vanessa (Rosa Peixoto), uma jovem enfermeira que pretendia estudar medicina, dá ao espectador a estranha impressão de que conhece esse homem há um tempo. muito tempo.
Resta saber se o herói vai cruzar a cerca que separa o metal (recipientes) da planta (floresta).
Se o diretor brasileiro instalasse seus delicados mecanismos cotidianos com tanto cuidado, isso a incomodaria com pequenas diferenças. É assim que o rosto de Justino começa a enviar sinais mutáveis, como uma lua cheia cobrindo precisamente seu rosto, dando pistas sobre a ansiedade que o ataca. Justino está com febre, mas duvida que os médicos da cidade possam curá-lo. Ele persegue suas noites perseguindo um animal selvagem. Resta saber se o herói vai cruzar a cerca que separa o metal (recipientes) da planta (floresta).
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