Conhecer a origem de uma doença e a sua evolução ao longo do tempo pode permitir-nos compreendê-la de forma diferente e por vezes até tratar uma patologia. Recentemente, cientistas voltaram no tempo e descobriram genomas treponêmicos em restos humanos de quase 2 mil anos no Brasil, relata estudo publicado na revista Natureza em 24 de janeiro de 2024.
Esta descoberta atrasa em mais de mil anos a origem deste tipo de micróbio. Mais precisamente, trata-se de um genoma de bactérias da família dos treponemas, sendo estes últimos causadores de doenças chamadas “treponematoses” – distinguimos entre a sífilis, transmitida sexualmente, e as treponematoses não venéreas, como bejel e bouba.
Verena Schüenemann, paleogeneticista da Universidade de Zurique, e sua equipe descobriram o DNA do micróbio em “os restos humanos de indivíduos completamente anônimos, que morreram há mais de mil anos”, detalha o estudo. Os esqueletos foram enterrados no sítio arqueológico de Jabuticabeira II, no estado de Santa Catarina, Brasil. Os pesquisadores então usaram esse DNA para reconstruir o genoma mais antigo conhecido.
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O sítio Jabuticabeira II não foi escolhido aleatoriamente. Pesquisas anteriores revelaram dezenas de casos de lesões ósseas sugestivas de doença treponêmica no local. Os cientistas aprofundaram a análise examinando amostras de ossos de 99 esqueletos. 37 deles foram positivos para DNA treponêmico.
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Quatro amostras datadas de 350 AC. JC até 573 DC JC produziu dados suficientes para os pesquisadores reconstruírem o genoma do patógeno.
“Inesperadamente, estes genomas são notavelmente semelhantes aos do agente causador do bejel moderno”, escreveram os pesquisadores no estudo. Na verdade, se a sífilis é a treponematose mais difundida que afecta “As populações ocidentais ricas têm acesso fácil aos cuidados de saúde […]a bouba e o bejel afetam principalmente os países em desenvolvimento e permanecem menos estudados”diz o estudo.
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Até hoje os especialistas datavam a origem das doenças treponémicas no final do século XV na Europa com o aparecimento súbito da primeira epidemia de sífilis e “sua hipotética chegada das Américas”através das expedições de Cristóvão Colombo.
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“Esta nova data de origem do bejel não fornece pistas sobre as origens da sífilis venérea”indicado para Ciência Viva Verena Schüenemann em artigo publicado em 24 de janeiro de 2024. Mas ela pelo menos tem a vantagem de abrir “o caminho para novas hipóteses sobre a origem e propagação das treponematoses”diz o estudo.
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