Segunda-feira, 20 de junho de 2022 ((rezonodwes.com)) – O ministro das Comunicações participou de uma audiência na Câmara para esclarecer o suposto acordo com a Starlink, mas evitou mencionar detalhes da parceria.
A ligação fornecida pelos satélites Starlink tem uma velocidade superior à de outras empresas, disse Fabio Faria, indicando que pode ser utilizada para melhorar a qualidade da internet em várias instituições do país.
Faria abordou a questão durante audiência na Câmara dos Deputados em 14 de junho. Ele foi chamado por quatro comitês para explicar o suposto acordo com Elon Musk, o homem mais rico do mundo e dono da Starlink e da Tesla, para conectar escolas em áreas rurais e monitorar a Amazônia.
Ele reiterou que até o final deste ano todas as escolas do Brasil serão eletrificadas, graças a um convênio com a RNP e a Viasat, em parceria com a Telebras.
Posteriormente, o Ministério das Comunicações vai apostar no investimento em escolas sem eletricidade e na melhoria da conectividade escolar, pois existem instituições de ensino no país com uma velocidade de ligação de 1 Mbps que é “extremamente baixa”.
O ministro disse ainda que as empresas que venceram o leilão 4G em 2012 devem conectar escolas rurais com tecnologia 4G. “A única que pode fazer isso é a Starlink, via satélite. Mas quem decide é a Agência Nacional de Comunicações, e ela aluga a internet para as escolas e são as empresas.”
Compare a velocidade da Internet oferecida pelos satélites Starlink com a de outras empresas. Segundo o ministro, a Starlink pode entregar 300 Mbps, enquanto a Viasat oferece 30 Mbps, HughesNet 21 Mbps, e um satélite geoestacionário de defesa e comunicações estratégicas de 20 Mbps.
Por fim, revelou que a Starlink deverá conectar gratuitamente parte das escolas do país ao Brasil. “O pessoal da SpaceX disse que no dia em que o portal fosse aberto, eles conectariam várias escolas e doariam ao governo brasileiro.”
Faria defendeu a atuação da empresa no país, mas não detalhou nenhum acordo com Musk para conectar as escolas.
Monitoramento da Amazônia
Sobre o monitoramento da região amazônica, o ministro salientou que a Starlink terá 40 mil satélites no espaço, acrescentando que “a única empresa que possui lasers e detecta ruídos de serra é a Starlink”. “Se um empresário quer dar um [surveillance] Grátis no Brasil, vamos recusar? Hoje, disse ele, o Ministério da Justiça paga anualmente 40 milhões de riais à Planet Company para monitorar o desmatamento na região.
O deputado Ivan Valente (Psol-SP) disse que o Brasil já tem outros sistemas que monitoram a Amazônia – entre eles o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – “Não falta informação sobre a Amazônia, falta fiscalização”.
Fonte: DPL News