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Musk “preserva a liberdade” de expressão, diz Bolsonaro

O ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro afirmou no domingo que o magnata Elon Musk “preserva a liberdade” de expressão ao denunciar a censura por parte do poder judicial, e apelou aos seus apoiantes para “lutarem” para defender esse direito, durante um grande comício na cidade do Rio de Janeiro .

Musk “é um homem que preserva verdadeiramente a liberdade para todos nós”, e que “teve a coragem de mostrar, com provas, (…) para onde ia a nossa democracia, quantas liberdades já foram perdidas”, declarou o Sr. Bolsonaro em frente à icônica praia de Copacabana.

A pedido do senhor Bolsonaro, a multidão agitou bandeiras brasileiras e aplaudiu com entusiasmo o dono da plataforma ditador”.

Durante o comício de Bolsonaro, Musk escreveu em sua conta no X que Moraes “é contra a vontade do povo e, portanto, contra a democracia”.

O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro durante manifestação que convocou para defender a liberdade de expressão que considera ameaçada, em 21 de abril de 2024 no Rio de Janeiro / MAURO PIMENTEL / AFP

Em nome da luta contra a desinformação, Moraes ordenou o bloqueio de contas de usuários em plataformas de internet, incluindo X, principalmente após as tentativas dos bolsonaristas de desacreditar o sistema de votação durante a última campanha eleitoral.

Bolsonaro, de 69 anos, denunciou “uma ditadura” e apelou aos seus apoiantes para “continuarem a luta” em defesa da liberdade de expressão, “ameaçada” no Brasil.

“Atuemos pacificamente, para defender a democracia, pela nossa liberdade, sem cartazes nem faixas”, declarou quinta-feira o ex-presidente (2019-2022) nas redes sociais.

Atentos a esse slogan, muitos simpatizantes vestiram apenas a camisa da seleção, envolta em bandeiras brasileiras.

“Vim lutar pela minha liberdade de expressão porque não temos mais esse direito. O STF ultrapassou todos os limites (…) não estou aqui nem por partido nem por pessoa”, disse em depoimento Daiana Mesquita, 38 anos. gerente de comunicações de um ano de idade.

Manifestação ante a convocação do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, para defender a liberdade de expressão que considera ameaçada, em 21 de abril de 2024 no Rio de Janeiro / MAURO PIMENTEL / AFP

“Sem mentira”

Em carta datada de 13 de abril, representantes de X no Brasil, porém, comprometeram-se a cumprir as decisões do Supremo Tribunal Federal.

A disputa ganhou força nos círculos políticos e jurídicos. Outros membros do Supremo apoiaram o magistrado.

O presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, vencedor contra Bolsonaro em outubro de 2022, declarou sem aludir diretamente a Musk: “se eu pudesse, decretaria a proibição de mentir”.

O juiz, que recentemente fez inúmeras declarações públicas, observou na sexta-feira que a justiça brasileira estava acostumada a “lidar com comerciantes estrangeiros que tratam o Brasil como uma colônia”.

Deputados bolsonaristas acusam o STF de estar alinhado ao governo Lula e de minar a democracia e as liberdades.

Manifestação de apoiadores do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro em Brasília, 8 de janeiro de 2023 / EVARISTO SA / AFP/Arquivos

Um comitê da Câmara dos Representantes dos EUA até interveio ao publicar um relatório extenso na quinta-feira sobre decisões confidenciais do juiz em relação ao X e outras plataformas.

A manifestação de domingo ocorre dois meses depois de uma grande manifestação de Bolsonaro em São Paulo, em 25 de fevereiro.

Em 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidido pelo Sr. de Moraes, o condenou a oito anos de inelegibilidade por desinformação sobre o sistema eleitoral brasileiro.

O juiz já havia ordenado a abertura de investigações contra Bolsonaro e seus familiares quando ele era presidente, o que o levou a ser chamado de “canalha” pelo interessado em 2021.

“Notícias falsas”

Outra investigação a cargo do magistrado tenta apurar se o ex-presidente foi o instigador dos tumultos de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, quando milhares de seus simpatizantes, recusando-se a aceitar a vitória de Lula, saquearam lugares de poder.

Juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes em 22 de junho de 2023 em Brasília / EVARISTO SA / AFP/Arquivos

Bolsonaro foi proibido em 8 de fevereiro de deixar o país como parte de uma investigação sobre uma suposta “tentativa de golpe” após sua derrota eleitoral em 2022.

Os investigadores referiram-se a um documento que contém um projeto de decreto que visa “impedir que o presidente legitimamente eleito ganhe o poder”, convocando novas eleições e prendendo Alexandre de Moraes.

Este projeto de decreto é “a maior notícia falsa da história do Brasil”, denunciou o ex-presidente num vídeo de 6 de abril convocando manifestações.

Ele sempre proclamou a sua inocência, dizendo que foi vítima de “perseguição”.

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