Para Luiz Inácio Lula da Silva, o evento é de extrema importância e ele quer demonstrar isso. De 30 de novembro a 12 de dezembro, o Brasil enviará a maior delegação de sua história ao 28e Conferência das Partes sobre o Clima (COP28), em Dubai. Ao todo, 2.400 dos seus cidadãos estão credenciados para o evento: membros da sociedade civil, líderes empresariais, autoridades locais, 400 representantes governamentais e pelo menos doze ministros.
O presidente de esquerda viu o quadro geral. Trata-se de mais uma vez afirmar-se como o campeão mundial do clima, mas também de marcar a sua diferença com o seu antecessor de extrema direita, Jair Bolsonaro, um abertamente negador do clima e promotor da devastação da Amazónia. Lula não vai para Dubai de mãos vazias: em um ano, de agosto de 2022 a julho de 2023, o desmatamento já caiu 22,3% na grande floresta tropical.
O tribuno sabe que está numa posição de força e proporá na COP28 a criação de um novo fundo internacional para ajudar 80 países a preservar as suas florestas tropicais. Segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, seria uma questão de remunerar cada Estado “por hectare” de selva protegida. No entanto, não detalhou quais Estados contribuiriam para este fundo, que seria gerido por “uma instituição financeira multilateral”.
Reconverter 40 milhões de hectares
Lula prometeu “desmatamento zero” na Amazônia até 2030, e deve também apresentar a Dubai um ambicioso programa para recuperar as terras do país degradadas pela pecuária e tornadas impróprias para a agricultura; Devem ser investidos 120 mil milhões de reais (22,3 mil milhões de euros) ao longo de uma década para reconverter 40 milhões de hectares – aproximadamente o equivalente à superfície da Suécia – e permitir a expansão do agronegócio sem desflorestação.
Poucas promessas, contudo, foram feitas no lado da produção de energia. Não é à toa: 48% da produção energética brasileira já vem de fontes renováveis, número que sobe para 83% se considerarmos apenas a produção de eletricidade. “O Brasil tem um perfil particular: suas emissões vêm principalmente do desmatamento, daí compromissos focados na preservação da floresta”explica Marcel Bursztyn, professor do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília.
“O país do momento”
Se recuperando de uma operação no quadril realizada no final de setembro, o presidente do Brasil, de 78 anos, deve ir à COP28 no dia 1er e 2 de dezembro para liderar pessoalmente sua delegação. Visivelmente confiante, chegou a se premiar com uma satisfação recente: “O Brasil é visto como o país do momento. Quando as pessoas pensam no Brasil, pensam na floresta, na Amazônia, em energia verde e limpa… As pessoas entenderam que o Brasil pode oferecer ao mundo o que ele precisa: uma produção agrícola livre de carbono e uma floresta preservada. »declarou Lula no dia 21 de novembro, durante sua live semanal, “Conversa com O Presidente”.
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