(Rio de Janeiro) A taxa de mortalidade de pacientes intubados com COVID-19 no Brasil chegou a 83,5% desde o início da segunda onda pandêmica que está devastando o país, segundo pesquisadores.
Em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), uma equipe do Sr. Boza, especialista em pesquisas intensivas em medicina, compilou dados de hospitais públicos e privados.
Um sistema de saúde é subfinanciado
“Isso indica a fragilidade do sistema de saúde, que já vinha sofrendo com o subinvestimento […] Fernando Boza, pesquisador da Vucruz, instituição pública de referência em saúde, explica.
Um primeiro estudo publicado em revista especializada O bisturiConsiderando os primeiros 250.000 pacientes internados no Brasil, mostrou que 78,7% dos pacientes com COVID-19 intubados de 15 de fevereiro a 15 de agosto de 2020 morreram. Muito mais do que o Reino Unido (69%), Alemanha (52,8%), Itália (51,7%) ou México (73,7%).
A situação brasileira piorou durante a segunda onda, com taxa de 83,5% observada de 15 de novembro de 2020 a 14 de março.
“Ao contrário da primeira onda, quando o vírus se espalhou em taxas diferentes dependendo da região, atualmente todo o país é gravemente afetado ao mesmo tempo”, lamenta Fernando Boza, destacando também a falta de capacitação dos cuidadores.
As disparidades regionais permanecem relevantes: pacientes intubados morrem mais nos estados pobres do Norte (90,8%) ou Nordeste (89,9%), e menos no Sudeste (79,8%), que são hospitais mais ricos e mais bem equipados.
Essa taxa cai para 25% em uma clínica particular moderna como a Sirio-Libanês, em São Paulo, ou 36%, no Hospital Geral de Referência Emílio Ribas, também em São Paulo.
“Alguns hospitais estão tão superlotados que os pacientes precisam ser intubados fora das unidades de terapia intensiva. É o caso de 17% deles na região Norte”, disse a pesquisadora.
Ele observa “a falta de coordenação nacional para estabelecer protocolos de tratamento que permitam melhor treinamento das equipes e dotar os hospitais de meios para administrar o fluxo de pacientes”.
O Brasil é o segundo país mais perdido com a epidemia, atrás dos Estados Unidos, com mais de 313.000 mortes e uma média de mais de 2.500 jornais diários em um período de sete dias.
O presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, que tem sido criticado por todos os lados por sua gestão caótica da crise, nomeou recentemente sua quarta equipe.e Ministro da Saúde desde o início da epidemia.