Roberta Barbie – Vaticano
“Certamente é considerado pela Organização Mundial da Saúde como um vício patológico – alopático – pelo menos na medida em que causa danos morais e sociais irreparáveis e, acima de tudo, danos familiares.” Com essas palavras, em declaração oficial publicada em 2 de fevereiro, os bispos do Brasil entram no debate sobre a legalização do jogo que há tempos movimenta o país.
Razões de saúde
Assim, os bispos brasileiros mostram sua desaprovação em mobilizar as últimas sessões de 2021 na Câmara dos Deputados em favor de um projeto de lei que visa regulamentar a exploração do jogo no país.
“É um dever, por razões morais e evangélicas, evitar que o jogo cause danos morais, sociais e sobretudo familiares irreparáveis.” como os bispos denunciaram”falso argumentoA favor da aprovação do projeto de lei, que “Não leva em conta a possibilidade de vincular jogos de azar com lavagem de dinheiro e crime organizado.”
Foto de perfil do jogador viciado
Os bispos lembram então que o jogo compulsivo deve ser considerado uma doença. Já está listado no Código Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde. O sistema de jogo altamente lucrativo encontra sua face mais pervertida na pessoa sob essa compulsão, acreditam eles: por motivos patológicos, essa pessoa acaba por desprezar a própria vida, desperdiçando seus bens e de seus entes queridos e, assim, destruindo sua família. “Enquanto isso, as organizações que fizeram do jogo um negócio estão crescendo, e os proprietários estão ficando cada vez mais ricos. Uma licença para jogar não os tornará bons e honestos. Nosso país não precisa disso.” Adicione bispos.
Peça ao governo para rejeitar a lei
De todas essas considerações procede o pedido dirigido ao Congresso Nacional, pela Conferência dos Bispos do Brasil, “Rejeitar este projeto e qualquer outra iniciativa destinada a regular o jogo no BrasilUm voto a favor do jogo seria, na prática, segundo o episcopado, um voto de desprezo pela vida e pela família e seus valores fundamentais.Os Bispos concluíram que, no contexto de um ano eleitoral, a Conferência Episcopal é obrigada a acompanhar de perto esse processo e divulgar amplamente os nomes dos parlamentares que optarem por deixar sua marca neste insulto criminoso ao povo brasileiro.
Jogos de azar e crime organizado
Em sua declaração, eles também explicam com precisão os argumentos apresentados pelo mundo político, segundo os quais “A aprovação dessa norma aumentará a arrecadação de impostos, impulsionará a geração de empregos e ajudará a tirar o Brasil da atual crise econômica.” “Esses falsos argumentos ignoram a possibilidade de que o jogo esteja ligado à lavagem de dinheiro e ao crime organizado”. Bispos advertiram. Na visão de muitas instituições públicas brasileiras, os cassinos podem facilmente se tornar instrumentos de atividades criminosas ao aparecerem como lucros e rendimentos legítimos.
debate político interno
Nos últimos meses, a polêmica sobre a lei do jogo ocupou o parlamento brasileiro, dividido entre facções pró e anticassino. Por outro lado, os legisladores da Aliança Centrão estão tentando aprovar uma lei do jogo que inclua jogos populares. Por outro lado, forças de inspiração cristã sugerem que o vício do jogo é prejudicial às famílias e vai contra os valores religiosos. Uma das propostas em discussão limitaria a regulamentação do jogo à abertura de cassinos em hotéis, hipótese que, segundo seus proponentes, não teria efeito sobre a maioria das famílias brasileiras, apenas turistas.