Em menos de uma semana, José Correia, do povo indígena Jaminawa, experimentou uma verdadeira elevação emocional. Assim como as centenas de famílias que vivem com ele num território em fase de demarcação no estado do Acre, próximo à fronteira com o Peru, este cacique de sessenta anos inicialmente ficou feliz com a rejeição, no dia 21 de setembro, do “marco temporal”, por parte do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa medida previa que os povos indígenas só poderiam reivindicar as terras que ocupavam no dia da promulgação da Constituição Federal, 5 de outubro de 1988. “O problema”, explica José Correia, “é que, como muitos outros grupos como os indígenas, fomos perseguidos de nossas terras por grandes proprietários durante o período da ditadura (1964-1985). E só conseguimos reintegrá-los no final da década de 1990.”
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