No Brasil, banco central decide sobre maior alta da taxa básica desde 2002

O Banco Central do Brasil elevou, na quarta-feira, 27 de outubro, sua taxa básica para 7,75%, uma alta de 1,5 ponto, a maior desde 2002, na tentativa de conter a inflação galopante. É o sexto aumento consecutivo dessa taxa, que atingiu o mínimo histórico de 2% no início do ano.

A decisão foi tomada por unanimidade pelo Comitê Monetário do Banco Central (Copom), que anunciou em nota à imprensa que poderia proceder a nova majoração. “Da mesma magnitude” em sua próxima reunião no início de dezembro.

Se essa tendência se confirmar, a taxa básica encerrará o ano em 9,25%, enquanto os analistas esperavam 3% no início do ano. Nas duas últimas reuniões, o Copom havia aumentado a taxa em um ponto percentual.

Principal ferramenta no combate à inflação, a Selic já havia retornado ao seu nível no final de 2017, quando estava em 7,5%. O aumento de 1,5 ponto na quarta-feira é uma medida particularmente drástica, inédita desde dezembro de 2002, quando a taxa básica foi aumentada em 3%, pouco antes da chegada ao poder do presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva.

Os preços dos combustíveis dispararam nos últimos meses no Brasil, aqui em uma estação da Petrobras no Rio de Janeiro, em 26 de outubro de 2021.

Inflação de dois dígitos

Justifica-se por uma alta muito forte da inflação, que atingiu 10,25% em setembro nos últimos doze meses na maior economia da América Latina e corrói a renda das famílias, principalmente das mais pobres.

É a primeira vez desde 2016 que o Brasil volta à inflação de dois dígitos, principalmente devido ao forte aumento dos preços dos alimentos e combustíveis.

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De acordo com especialistas, esse novo aumento na taxa básica também se deve à decisão do presidente brasileiro Jair Bolsonaro de aumentar em 20% o subsídio para os mais pobres.

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Esta proposta altamente controversa ainda não foi submetida ao Parlamento para aprovação. Segundo especialistas, seria praticamente impossível atingir esse valor sem ultrapassar o teto de despesas orçamentárias.

A popularidade do presidente de extrema direita, que almeja a reeleição em 2022, está em seu nível mais baixo desde que assumiu o cargo em 2019, em um país com mais de 13,7 milhões de desempregados.

Na manhã desta quarta-feira, o instituto de estatísticas do IBGE divulgou os últimos dados de emprego, com a quarta queda consecutiva na taxa de desemprego, para 13,2%, mas com grande proporção de trabalho informal e menores salários para ativos.

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O mundo com AFP

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