As chuvas torrenciais que atingiram o sul do Brasil nos últimos dias mataram pelo menos 29 pessoas. Um número que deverá aumentar, enquanto 60 pessoas continuam desaparecidas, segundo as autoridades da região, onde o presidente Lula visitou na quinta-feira, 2 de maio.
“Quero lamentar profundamente todas as vidas perdidas. São 29 mortes registradas agora e, com a maior dor, sei que haverá mais”disse o governador do estado do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, em intervenção ao vivo nesta quinta-feira.
Os números são “absolutamente preliminar”havia alertado o governador anteriormente, diante da “pior desastre climático” nunca visto, segundo ele, neste estado fronteiriço com Uruguai e Argentina. Na noite de quarta-feira, o governador decretou a“estado de calamidade pública” para esta região afectada durante uma semana por tempestades e trovoadas devastadoras que causaram inundações e deslizamentos de terra.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que se reuniu com o governador na quinta-feira em Santa Maria, uma das cidades mais atingidas, prometeu que o Rio Grande do Sul “não faltarão meios” recursos humanos ou materiais para lidar com esta tragédia. Mais de 600 soldados deverão ser enviados como reforço para operações de socorro e distribuição de alimentos às vítimas.
O chefe de Estado garantiu que o governo federal foi mobilizado “100%” Para “reduzir o sofrimento devido a este evento natural extremo”. Ele foi para lá com vários ministros, inclusive o do Meio Ambiente, Marina Silva.
As autoridades contabilizaram 67.869 vítimas em 147 cidades do Rio Grande do Sul. Quase 10.000 pessoas tiveram de abandonar as suas casas, das quais cerca de 4.600 foram levadas para alojamentos. “Nunca vi nada parecido. Tudo está debaixo d’água e vai ficar ainda pior. É impossível dormir, não sabemos até que ponto o nível da água continuará a subir”Raul Metzel, 52 anos, residente na localidade de Capela de Santana, disse à Agence France-Presse.
Muitas estradas estão cortadas e o fornecimento de água e eletricidade está comprometido para centenas de milhares de pessoas, segundo as autoridades locais. Muitas cidades estão completamente isoladas, sem sinal de internet ou celular.
O governador ordenou a evacuação de residentes de seis municípios localizados numa região montanhosa, devido às cheias do rio Cai. Também houve preocupação após o anúncio do rompimento parcial de uma barragem em Cotiporã, cidade serrana.
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O instituto meteorológico Inmet prevê ventos fortes e chuvas de até 200 milímetros para quinta-feira no Rio Grande do Sul e no estado vizinho de Santa Catarina. Chuvas fortes são esperadas até sexta-feira.
As aulas foram suspensas até segunda ordem nas escolas do Rio Grande do Sul, assim como as partidas de futebol marcadas para este fim de semana.
Em Setembro de 2023, pelo menos 31 pessoas morreram neste estado após a passagem de um ciclone devastador. Segundo especialistas, o aquecimento global está aumentando a intensidade e a frequência dos eventos climáticos extremos, que ocorrem um após o outro no Brasil. A situação é ainda agravada pelo fenómeno climático El Niño.
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