(Rio de Janeiro) Outro espetacular assalto a banco com explosivos e armas pesadas deixou um morto na noite de terça para quarta-feira em uma cidade do norte do Brasil, mas os agressores saíram de mãos vazias porque estavam “errados. Peito”.
Outro assalto extremamente violento ocorrera no dia anterior no sul do país.
Essas novas cenas de terror aconteceram em Cametá, uma cidade de 130.000 habitantes localizada a 200 km de Belém, capital do estado amazônico do Pará (norte).
Um refém foi morto a tiros e outro morador ficou ferido na perna, segundo autoridades locais, que ainda procuravam os agressores.
“Mais de 20 delinquentes fortemente armados, com grande calibre, como fuzis”, atacaram um órgão do banco público Banco do Brasil, explicou a secretaria de Segurança do Pará.
O governador do Pará, Helder Barbalho, porém, indicou que os agressores saíram sem a esperada pilhagem porque “pegaram o baú errado”.
De acordo com depoimentos de moradores coletados pelo site de notícias G1, várias pessoas que assistiam a uma partida de futebol em bares foram sequestradas e usadas como escudos humanos.
Posteriormente, a polícia encontrou uma van abandonada carregada de explosivos em uma estrada próxima.
No dia anterior, foi o município de Criciúma, 217 mil habitantes, no estado de Santa Catarina (sul), a 3600 km de Cametá, que viveu uma noite de terror.
Cerca de trinta homens roubaram um banco com o mesmo modus operandi, mas nenhuma morte foi lamentada.
Em julho passado, dezenas de agressores aterrorizaram uma pequena cidade do interior de São Paulo, Botucatu, com o mesmo tipo de assalto a bomba.
As três cidades-alvo têm o mesmo perfil: de tamanho médio, estão localizadas no interior, longe das grandes metrópoles.
“É mais fácil praticar esse tipo de roubo e principalmente fugir depois em cidades de médio porte”, disse à AFP Guaracy Mingardi, especialista do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
“São roubos cuidadosamente preparados, leva meses para recrutar os ladrões e obter os veículos e armas necessários”, acrescentou.
Segundo ele, os agressores podem ter se beneficiado do apoio logístico de grandes facções do crime organizado, como o CCP (Primeiro Comando da Capital), gangue nascida em prisões de São Paulo na década de 1990.
Em 2018, uma tentativa de assalto a dois bancos na pequena cidade de Milagres, no estado do Ceará (nordeste), deixou 12 mortos, incluindo cinco reféns.