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No Brasil, o grande sucesso dos museus de favela

Carta do Rio de Janeiro

“Aqui, você está entrando no museu!” Mas ao nosso redor não há pinturas nas paredes ou entalhes em pedestais. A decoração é a entrada da favela Cantagalo-Pavão-Pavãozinho (“O galo canta – o pavão – o pequeno pavão”), uma das áreas mais populosas do Rio, localizada em um morro íngreme com vista para as praias de Copacabana e Ipanema. Pelas vielas de tijolos, passam motos, vendedores ambulantes e crianças com pipas na mão.

Mas o lugar é mesmo o próprio Museu Favela oficial (MUF). “Todas as terras são o nosso museu! Ruas, galerias, população, nosso arquivo! », entusiasma-se a chique Márcia Cristina de Souza e Silva, 58 anos, de cabelo preto azeviche e brincos azul-celeste. Morador de favela, formado em engenharia elétrica e “Museu experimental dos museus” Ele é o co-fundador do projeto.

Sem esperar, Marcia conduz o visitante pelas vielas ao longo de um caminho de vinte e sete casas com fachadas decoradas com afrescos. Cada quadro representa uma parte da história das favelas: aqui, os índios, tem os sampests, capoeiristas, peões, lavadeiras negras… “Queríamos destacar as mulheres que construíram este lugar apesar de sua masculinidade”Márcia confirma.

Leia também: O material é reservado para nossos assinantes No Rio de Janeiro, viva no coração da copa

Fundada em 2008, a exposição MUF é um sucesso: a exposição ao ar livre atraiu mais de 500 visitantes desde o início do ano, “85% dos estrangeiros”Nosso guia diz. “Nosso objetivo era atrair aqueles turistas que nos observam de baixo das praias e tiram fotos de nós.”diz Márcia. O custo da visita (180 reais – 34 euros – por guia com tradutor) possibilita o financiamento de outras atividades sociais e educativas do museu (aulas de fotografia, cinema, balé, etc.).

O MUF é apenas uma das muitas iniciativas desse tipo que estão se espalhando pelos bairros populares do Brasil sob o nome inovador de “Museu Social”. O termo inclui museus de favelas, assim como museus de comunidades indígenas, quilombolas (ex-escravos fugitivos), camponeses… Só no estado do Rio, são quase uma centena deles.

“um museu social que incentiva a população invisível”

A ideia surgiu em 1972. Foi o movimento internacional de “novo museu” Então ele se encontra em Santiago do Chile, que é governado por Salvador Allende. “Nasceu da convicção de que os museus não se devem limitar a instituições de quatro paredes dedicadas a exposições e à preservação exclusiva de arquivos”explica Mario Chagas, diretor do Museu da República do Rio e idealizador da rede de museus sociais da cidade ‘Remusrj’.

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