Estaria o presidente brasileiro Jair Bolsonaro tramando um golpe em caso de derrota nas próximas eleições presidenciais no final de 2022? É o que teme o semanário de centro-esquerda brasileiro Isso é, que é manchete em uma de sua edição de 11 de junho: “Preparando-se para o golpe”.
Essas palavras em preto e vermelho aparecem emolduradas por guardas florestais e fardas militares, tendo, ao fundo, os prédios do Congresso de Brasília sob um céu crepuscular. Uma ilustração de acordo com o tom perturbador da legenda. “O governo Bolsonaro está preparando o terreno para permanecer no poder pela força”, diz a revisão, e a democracia tem “Nunca estive tanto em perigo desde as horas sombrias da ditadura [1964-1985]”.
Em suas páginas, Isso é lista vários eventos que marcam este “Marcha em direção ao golpe” iniciado pelo líder de extrema direita. Uma delas diz respeito ao Exército: no dia 23 de maio, durante desfile de motociclistas pró-governo no Rio de Janeiro, o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde de Jair Bolsonaro, esteve de fato exposto ao lado de seu ex-patrão e fez um breve discurso, agradecendo ao público por seu apoio. Problema: agindo dessa forma, ele violou os regulamentos do exército, que proíbem os soldados ativos de falar sem autorização em assuntos políticos.
Politização do exército
O general foi, portanto, sujeito a processo disciplinar por
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