No Brasil, na zona oeste do Rio de Janeiroestão localizados perto 5.000 jacarés de focinho largo. Estes répteis estão hoje ameaçados pela poluição da lagoa de Jacarepaguá, onde são despejadas as águas residuais de várias dezenas de milhares de habitantes. A consequência da urbanização acelerada neste bairro que acolheu os Jogos Olímpicos de 2016.
Com o Instituto Jacaré, os cientistas dão o alarme. “Crocodilos são predadores que estão no topo da cadeia alimentar”, explica Ricardo Freitas, cientista que coleta dados sobre jacarés da lagoa há 25 anos. “Graças a eles podemos ter uma ideia do impacto que temos no meio ambiente”, acrescenta.
As fêmeas, envenenadas por mercúrio, são cada vez mais raras, a espécie está ameaçada. “A quantidade de peixes caiu 95%, diz Francisco Costa, pescador. Os 5% restantes sobrevivem da melhor forma que podem: resta apenas a tilápia e em pequenas quantidades.
A poluição é visível, o cheiro que emana é pestilento. É urgente agir, segundo Ricardo Freitas, que explica que “a lagoa perdeu profundidade, porque os resíduos formam sedimentos”. “Estamos diante de uma bomba-relógio em termos de contaminação bioquímica”, conclui. O desafio será talvez um dos temas das próximas eleições autárquicas, em outubro.
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