O brasileiro que interveio não se vê como um “herói”

Ele foi chamado de “herói” por ajudar a subjugar um agressor armado com uma faca na quinta-feira, suspeito de atacar crianças do lado de fora de uma escola em Dublin. Mas o entregador brasileiro garantiu à AFP no sábado que agiu “como qualquer pai teria feito”. Caio Benicio, que trabalha no app de delivery de comida para viagem Entregar, usou o capacete da moto para atingir “com toda a força” o suspeito, que atacava uma menina. O agressor foi preso no local.

A intervenção de Caio Benício e de outros transeuntes foi calorosamente recebida pelo primeiro-ministro irlandês Leo Varadkar, que os chamou de “verdadeiros heróis irlandeses”. O brasileiro de 43 anos, pai de um menino de 12 anos e de uma menina de 19, disse à AFP que não se considera realmente um “herói”. “Tenho dois filhos e acho que todos os pais teriam feito o mesmo”, disse ele. Caio Benício, porém, se emocionou ao ter sido parabenizado por sua coragem por muitos irlandeses, assim como por seus filhos: “É bom deixá-los orgulhosos”.

Uma chamada de Macron

Um jovem francês de 17 anos, aprendiz de cozinheiro em formação em Dublin, também ajudou a desarmar o agressor. Levemente ferido na mão e no rosto, ele recebeu um telefonema do presidente francês Emmanuel Macron Sexta-feira para parabenizá-lo por sua bravura.

Segundo Caio Benício, os motins que ocorreram depois do ataque com faca, que reuniu quase 500 pessoas e testemunha o aumento do sentimento anti-imigração na Irlanda, “não faz sentido”. “Eles tinham como alvo os imigrantes, eu também sou imigrante e fui eu quem ajudou”, comentou. Acho que é um pequeno grupo de pessoas que nem sabe o que está fazendo, por quem está lutando. »

20 minutos com AFP