Embora seja habitual observar flutuações no tamanho deste buraco, especialmente quando está acima das regiões polares, nunca desde o início das observações ele foi tão grande. No entanto, especialistas explicaram em janeiro que o buraco tendia a desaparecer.
Uma previsão otimista rapidamente desapareceu. Em Janeiro passado, peritos da ONU estimaram que a camada de ozono estava “no bom caminho” para recuperar dentro de quatro décadas.
No entanto, de acordo com as últimas observações do satélite Sentinel 5P da Agência Espacial Europeia (ESA), que datam de 16 de setembro, com 26 milhões de quilómetros quadrados, o buraco nesta camada, que atualmente se encontra acima da Antártica, é um dos o maior já registrado desde o início das observações na década de 1970.
De acordo com um comunicado de imprensa da ESA, o buraco, que atualmente mede três vezes o tamanho do Brasil, ou quase cinquenta vezes a superfície da França continental, flutua regularmente. Normalmente, de agosto a outubro, esse tamanho aumenta nas regiões polares, atingindo “um máximo entre meados de setembro e meados de outubro”.
No entanto, nunca foi tão importante nesta altura do ano desde que as observações começaram, e começou a formar-se durante o mês de Agosto, o que é altamente invulgar.
Como explica Antje Inness, cientista do CAMS, o Serviço de Monitorização Atmosférica do programa Copernicus da ESA, no mesmo comunicado de imprensa, a resposta a esta dimensão preocupante pode estar no coração do Oceano Pacífico, ali há vários meses.
“A erupção do vulcão Hunga Tonga em janeiro de 2022 injetou muito vapor d’água na estratosfera que só atingiu as regiões polares sul após o fim do buraco na camada de ozônio em 2022”, ficamos sabendo.
No entanto, este vapor de água pode levar “ao aumento da formação de nuvens estratosféricas polares, onde os clorofluorcarbonos (CFCs) podem reagir e acelerar a destruição da camada de ozono”, estipula-se também. O estudo do impacto da erupção ainda está em andamento, disse o comunicado de imprensa.
O buraco na camada de ozônio foi criado pela poluição humana, especialmente pelos famosos clorofluorcarbonos (CFCs), anteriormente emitidos por muitos refrigeradores.
Nas últimas décadas, a cooperação global propôs diversas medidas para reduzir o seu impacto. O Protocolo de Montreal, assinado em 1987 e ratificado por 195 países, reduziu enormemente a quantidade de CFC na atmosfera e a camada de ozono parecia conseguir recuperar completamente.
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