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O plano de Doria contra a Covid-19 prevê vacinar primeiro profissional de saúde e maiores de 60 anos – 07/12/2020 – Equilíbrio e Saúde

O plano de vacinação contra a Covid-19 em São Paulo, que será divulgado nesta segunda-feira (7) pelo Governador João Doria (PSDB), prevê o início da imunização em 25 de janeiro.

Profissionais de saúde, pessoas com mais de 60 anos e grupos vulneráveis ​​como indígenas e quilombolas serão vacinados primeiro, totalizando 9 milhões de pessoas.

São vários enfoques no plano, que se baseia na óbvia expectativa de que o Coronavac, a vacina chinesa que será feito localmente no Instituto Butantan, funciona e é aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

O estudo sobre a eficácia do Coronavac será divulgado até a próxima semana e, se tudo correr como o governo espera, seu cadastro será solicitado imediatamente na Anvisa.

A vacinação será agendada para as duas aplicações necessárias do Coronavac, ambas gratuitas. O grupo de profissionais de saúde / indígenas / quilombolas receberá a primeira dose no dia 25 de janeiro e a segunda, no dia 15 de fevereiro.

Maiores de 75 anos, 8 de fevereiro e 1 de março. De 70 a 74 anos, 15 de fevereiro e 8 de março. De 65 a 69 anos, 22 de fevereiro a 15 de março. Finalmente, de 60 a 64 anos, 1 ° de março e 22 de março. Outras fases da vacinação ainda não foram anunciadas.

Em movimento politicamente relevante, 4 milhões serão oferecidos para imunizar profissionais de saúde de outros estados, das 46 milhões de doses que o estado planeja disponibilizar em janeiro.

A linha de corte para a primeira onda de vacinação, 60 anos ou mais, decorre do fato de que 77% das 42.500 mortes por Covid-19 no estado ocorreram nessa faixa etária. São 7,5 milhões dos 46 milhões de paulistas. Profissionais de saúde e vulneráveis ​​são 1,5 milhão de pessoas.

Existem vários focos do plano. Um dos objetivos é verificar cada uma das 4.700 Unidades Básicas de Saúde do estado, administradas pelos municípios. O status dos refrigeradores de vacinas e sua taxa de ocupação são uma prioridade – o Coronavac precisa ser armazenado em temperaturas de 2 a 8 graus Fahrenheit.

Haverá ampliação do total de 5.200 postos de vacinação do estado para 10.000, segundo Doria, com a utilização de farmácias credenciadas, quartéis da Polícia Militar, escolas (nos finais de semana), terminais de ônibus e adoção do sistema drive thru ( de acordo com a disponibilidade de cada município).

Os horários de vacinação serão das 7h às 22h, de segunda a sexta-feira, e das 7h às 17h, nos finais de semana e feriados, todos a cargo dos municípios.

O plano prevê 18 milhões de doses de vacinas e a utilização de 54 mil profissionais de saúde. Serão 25 postos de distribuição e 5.200 câmaras frigoríficas, além de 30 caminhões com ar-condicionado, ao custo de R $ 100 milhões.

Segundo Doria, São Paulo já tem em estoque todos os insumos – agulhas, seringas e EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) – necessários para a aplicação das doses. Se o governo federal oferecer os insumos, o governador afirmou que o estado aceitará e utilizará esse material.

A capital, por exemplo, já saiu na frente e comprou 10 milhões de seringas, para usar em suas 468 UBS. O plano estadual prevê a compra de 27 milhões de seringas e agulhas.

A inflação neste mercado é significativa, graças à demanda criada pelo novo coronavírus. Para dar um bom exemplo, a caixa com cem luvas cirúrgicas foi encontrada no mercado paulista por R $ 20 no início do ano. Hoje custa quase quatro vezes mais.

O medo central do Palácio dos Bandeirantes é repetir o pesadelo logístico que foi o compra de emergência de respiradores chineses no início da pandemia, com embarques parados em aeroportos de outros países, levando ao cancelamento de entregas.

O alto custo do plano fez com que os estados do Consud, consórcio que reúne os estados do Sudeste e do Sul, conversassem sobre a possibilidade de fazer compras conjuntas e pedir auxílio ao Ministério da Saúde.

Massa comandada pelo general Eduardo Pazuello não mostrou interesse nas negociações, segundo pessoas com acesso às negociações. São Paulo, que tem orçamento de R $ 23,7 bilhões para o próximo ano na saúde, decidiu pagar sua parte, mas ainda há possibilidade de cooperação.

O plano, finalizado nas últimas três semanas, visa deixar o estado pronto para distribuir duas doses do Coronavac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac.

Das 46 milhões de doses que estavam nas mãos do governo em janeiro, 6 milhões estão chegando prontas da China e o restante será formulado a partir de insumos chineses do Butantã – o que começa nesta segunda-feira. Depois, mais 15 milhões de doses devem chegar até março.

O imunizador já teve sua segurança e capacidade de produzir uma resposta imune atestada nas fases 1 e 2 do seu ensaio clínico, ocorreu com 50.000 voluntários na China. A Fase 3 está sendo concluída no país asiático, no Brasil e em lugares como Indonésia, Turquia e Bangladesh.

No caso brasileiro, estudo com 13.500 voluntários coordenado pelo Butantan já atingiu o número mínimo de infectados para estipular sua eficácia: aqueles que receberam o imunizador e aqueles que receberam um placebo são separados entre os pacientes.

Doria estima que o resultado do estudo brasileiro e o envio do pedido de registro à Anvisa ocorrerão até o dia 15. Como eu disse em uma entrevista com folha Semana Anterior, o medo é que o corpo seja politicamente.

O tucano é o principal governador de oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e é um candidato virtual ao Planalto em 2022. Ambos os líderes diferem em lidar com a pandemia, com Doria associando sua imagem à responsabilidade pela saúde e Bolsonaro buscando minimizar a doença.

A nova frente é a vacina. Bolsonaro veio comemorar quando um suicídio voluntário fez a Anvisa interromper os testes do Coronavac sem prévio aviso, o que foi visto no governo de São Paulo como um ato político.

Antes, ele havia criticado a “vacina chinesa” e sua rede de apoiadores na internet insiste na tese de que “os paulistas serão cobaias”, o que não faz sentido se os testes derem positivo e o imunizador for aprovado.

Como Coronavac deve solicitar o registro definitivo, para o qual está sendo instalada uma nova fábrica no Butantan, o governo paulista teme que a Anvisa, com direção bolsonarista, procure por “claras de ovo” para atrasar a programação de Doria.

A letargia do Ministério da Saúde, que prevê começar a vacinar apenas em março e não especificou com qual medicamento, preocupa estados – pelo menos oito já procuraram Doria para uma eventual compra do Coronavac, mas o conselho de secretários da área disse que está preocupado com a descentralização.

A oferta de vacinas de Doria a outros estados reforça a nacionalização da questão. O próprio governador disse em sua entrevista na semana passada que seu nome poderia ser favorecido se Coronavac for um sucesso – destacando que a busca pelo imunizante era uma questão de prioridade de saúde pública, não política.

Apesar da postura do Bolsonaro, o governo federal investiu R $ 2 bilhões em um parceiro para trazer Vacina AstraZeneca / Oxford University, que está atrasado devido a problemas em sua fase de teste.

Pazuello admite ter comprado qualquer imunizante, mas favorece o britânico porque já tem um acordo assinado em que é vendido a preço de custo (US $ 3,75 a dose, antes de US $ 10,4 do Coronavac e até US $ 25 dos demais).

Além do episódio de suspensão do teste, feito sem falar com o estado, um sinal preocupou as autoridades de saúde na semana passada. A Anvisa estimava dar OK às contribuições de Sinovac entre o final de dezembro e o início de janeiro, mas posteriormente emitiu nota não comprometendo os prazos.

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