A área protegida é um dos instrumentos de política ambiental mais utilizados. Final de 2019, 15% dos ecossistemas terrestres foram sujeitos a tal medida de conservação. Uma figura que permanece abaixo do Meta de 17% definida pela IUCN para 2020.
A área protegida é definida pela União Internacional para a Conservação da Natureza como “um espaço geográfico claramente definido, reconhecido, consagrado e gerido, por qualquer meio eficaz, legal ou não, de forma a garantir a conservação da natureza a longo prazo. bem como os serviços ecossistêmicos e os valores culturais a ele associados. ”O primeiro deles foi criado no final do século XIX.e século nos Estados Unidos, antes de seu uso se generalizar no final do século XX.e século e em particular em 1992 após a Convenção sobre Diversidade Biológica na Cúpula do Rio.
Às vezes, recursos insuficientes alocados
A relevância das áreas protegidas é frequentemente questionado porque frequentemente estão localizados onde os ecossistemas são pouco ameaçados.
Consequentemente, um certo número de trabalhos científicos tem mostrado que eles não são muito eficazes, pois protegem ecossistemas que a geografia protege (por enquanto) já naturalmente.
Também não se trata de decretar que um território seja protegido de forma que seja efetivamente protegido. A fim de evitar a caça furtiva ou a apropriação fraudulenta de terras, devem ser atribuídos meios suficientes para esta protecção.
No Brasil, mesmo que pouco financiamento tenha sido dedicado à sua gestão, áreas protegidas federais, que têm dotações mais altas têm taxas de desmatamento mais baixas do que aquelas confiadas aos estados.
Obstáculos ao desenvolvimento das populações
Por fim, o apoio das populações é fundamental. Quando localizadas em terras lucrativas, as UCs podem impedir a criação da infraestrutura necessária para o desenvolvimento econômico local.
Privar uma parte da população dos recursos de um ecossistema a que sempre teve acesso pode ser interpretado como uma forma de colonialismo verde e questionar fortemente a eficácia deste tipo de instrumento.
UMA estude sobre o Estado do Acre no Brasil tem mostrado, assim, que as áreas protegidas são mais relevantes em áreas de forte pressão econômica quando permitem um determinado uso de recursos.
Áreas nem sempre sustentáveis
Em suma, a sustentabilidade dessas medidas de proteção às vezes é questionada. No Brasil, o governo federal e os estados são às vezes levados a suprimir, reduzir ou desclassificar um certo número de áreas protegidas.
GRANDES Conservação internacional registra de forma abrangente esses eventos em uma escala global. No Derya Keles neste, esses dados permitiram analisar suas causas e consequências, em termos de desmatamento e desenvolvimento local.
A Amazônia brasileira é um estudo de caso interessante para explorar as políticas de áreas protegidas e os impactos de sua remoção. Concentra um abundante recurso florestal rico em biodiversidade e constitui um local de intenso desenvolvimento agrícola. No entanto, o desmatamento, principalmente ligado às atividades agrícolas, atingiu a média de 12.000 km2/ ano, com diferenças significativas dependendo do período.
Embora a Amazônia brasileira concentre mais de ¾ das unidades de conservação do Brasil, os eventos do PADDD começaram a se intensificar na década de 2000, com a reorganização da rede de unidades de conservação. Eles então aceleraram muito na década de 2010, sob o efeito de desenvolvimento de infraestrutura, extração de recursos e reivindicações de terras. Em 2014, aproximadamente 242.000 km2 do PA havia sofrido alguma forma de degradação e aproximadamente 828.000 km2 PAs adicionais estavam em perigo.
Na interseção de uma necessária conservação de ecossistemas florestais e forte pressão para o desenvolvimento econômico, a questão de manter ou eliminar UCs é crucial.
Embora o Brasil enfrente muitos desafios em termos de erradicação da pobreza, aumentar as áreas protegidas na Amazônia brasileira faz parte da estratégia de redução das emissões de gases de efeito estufa com a qual o governo está comprometido. em Paris em 2015.
Trade-offs entre desenvolvimento e conservação
As autoridades públicas podem decidir retirar uma área protegida por várias razões. Quais são esses fatores que podem levar a tal exclusão?
Esse pode ser o caso, por exemplo, se essa área estiver localizada em uma área de florestas pouco ameaçadas onde o desmatamento é baixo. Portanto, espera-se que isso aumente apenas ligeiramente, se muito, após a remoção.
Também pode ocorrer se estiver localizada em uma área de alta pressão econômica e o desmatamento na região continuar alto.
As áreas protegidas também podem ser removidas se forem consideradas como prejudiciais ao potencial de desenvolvimento econômico da região em questão.
Em estude, confirmamos a importância das pressões relacionadas ao desenvolvimento econômico. A presença de eixos de comunicação que facilitam o transporte perto de áreas protegidas oferece oportunidades econômicas adicionais, o que aumenta a limitação que representam.
Os objetivos de conservação também têm algum peso no processo de tomada de decisão: as reduções do tamanho das UCs são menos contestadas quando se tornam ineficazes (já desmatadas) e mais caras (maiores e mais rigorosas).
Não necessariamente mais desmatamento
Surge então, naturalmente, a pergunta: a remoção de uma área protegida causa um aumento no desmatamento na área em questão?
Quando as pressões econômicas são baixas – nos estados isolados da Amazônia e Roraima, por exemplo – isso não tem influência no desmatamento. Nessas áreas protegidas, o último era baixo porque as terras em questão não eram lucrativas.
Quando as pressões econômicas são maiores, perto de estradas no estado do Pará, as reduções nas áreas protegidas também não influenciaram o desmatamento; especialmente porque era alto em todas essas áreas.
No estado de Rondônia, entretanto, onde pequenas áreas protegidas já foram desmatadas, o desmatamento parece ter se acelerado.
Impactos econômicos contrastantes
Resta saber quais populações se beneficiam das reduções em áreas protegidas. Existem muitas razões econômicas por trás das exclusões, reduções ou, às vezes, até mesmo rebaixamento de áreas protegidas, que vão desde o desenvolvimento de atividades extrativas em grande escala até a autorização de turismo de menor intensidade.
Essas áreas também podem contribuir para o desenvolvimento econômico local ao promover o acesso aos recursos florestais para as populações que deles dependem, seja para a criação de infraestrutura ou mesmo para a atividade turística. Resumindo, remover uma área protegida realmente ajuda a reduzir as desigualdades?
Em alguns casos, a proteção foi simplesmente reduzida por reduções e exclusões de áreas protegidas. Aqui, a classe média alta, com renda equivalente a 2 a 3 salários mínimos, cresceu próximo às estradas. Esse resultado pode vir do enriquecimento de famílias mais pobres ou da imigração de famílias de classe média alta.
Nesse caso, a redução da proteção terá permitido um melhor acesso às oportunidades econômicas vinculadas ao desenvolvimento de barragens e rodovias, por exemplo.
Em outros casos, o tipo de proteção foi simplesmente alterado, ou aumentado devido ao estabelecimento de novas áreas. Aqui, as desigualdades diminuíram longe das estradas. A classe média cresceu menos de meio salário mínimo, enquanto a das famílias sem renda diminuiu.
Isso pode vir do enriquecimento das famílias mais pobres se as áreas protegidas permitiram o desenvolvimento de atividades turísticas, acesso aos recursos florestais ou facilitação da imigração de famílias de classe média baixa … No entanto, também é possível que famílias sem renda tenham conseguido migrar para áreas mais estáveis, caso novas atividades econômicas vinculadas à mudança na proteção tenham dificultado seu acesso à madeira.
Diversidade de situações, diversidade de impactos
As remoções de AP ocorrem porque as oportunidades de desenvolvimento são altas; ou porque as áreas protegidas se mostraram ineficazes. Em cada situação, as compensações entre conservação e desenvolvimento estão em ação.
No primeiro caso, as remoções podem acelerar o desmatamento, mas podem oferecer oportunidades de desenvolvimento para as populações locais. No segundo, não aceleram necessariamente o desmatamento, mas têm pouco impacto em termos de desenvolvimento.
Na Amazônia brasileira, as taxas de desmatamento não diminuíram desde 2014, e aumentaram desde 2018 e a eleição de Jair Bolsonaro, o que reflete mudanças de política desfavorável à proteção dos ecossistemas.
Em suma, como acontece com um bom número de estudos de avaliação de políticas públicas, as análises de impacto das políticas de conservação devem levar em consideração situações geográficas, socioeconômicas e temporais heterogêneas que permitam um melhor entendimento dos sub-mecanismos. e explicar a disparidade nos resultados dessas políticas.