O retorno secreto de Bolsonaro ao Brasil

O retorno secreto de Bolsonaro ao Brasil

O ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro regressou secretamente ao Brasil na quinta-feira, mas mostrou a sua determinação em fazer oposição a Lula, que o derrotou nas eleições de outubro, após uma estadia de três meses nos Estados Unidos.

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Por sua determinação em retornar à política e aderir a valores extremamente conservadores, não foi receber 200 de seus entusiasmados apoiadores que o esperavam cantando e entoando seu nome no aeroporto, devido ao rígido protocolo de segurança estabelecido pelo autoridades. Depois de chegar da Flórida pouco antes das sete da manhã (horário local), segundo a Agence France-Presse.

O antigo presidente de extrema-direita dirigiu-se directamente aos gabinetes do Partido Liberal, sob cuja bandeira concorreu à reeleição.

Ele declarou num discurso aos líderes do Hizb ut-Tahrir que foi transmitido nas redes sociais: “Aqueles que estão no poder neste momento, por não muito tempo, não serão capazes de fazer o que querem com o futuro do nosso país. país.”




Agência de imprensa francesa

“Temos quase 20% das cadeiras (no Congresso) e temos aliados de outros partidos. Ele acrescentou: “Somos a maioria e queremos o que é melhor para o nosso país”.

Jair Bolsonaro apenas apareceu da janela para cumprimentar seus torcedores, que muitas vezes usavam as cores amarela e verde da bandeira nacional, antes de sair muito rapidamente do prédio para acenar para eles, sob um sol forte.

A polícia militar foi mobilizada em grande número para esta chegada, temendo abusos, e o Partido Comunista fez forte propaganda nas redes sociais pelo retorno de Bolsonaro.

De volta ao Brasil, o ex-presidente, que está sujeito a uma longa série de investigações, enfrenta processos judiciais com possível desqualificação e possível prisão, ao mesmo tempo que complica a situação política do seu sucessor de esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva.

Bolsonaro deixou o Brasil em 30 de dezembro, antes mesmo de terminar seu mandato, e boicotou a posse de Lula em 1º de janeiro.

Tem 68 anos e, depois de uma derrota “injusta” que o mergulhou num estado de desespero, anunciou na semana passada a sua intenção de “viajar pelo país” e “fazer política”.




Agência de imprensa francesa

O regresso de Jair Bolsonaro ao Brasil ocorre num momento em que o presidente Lula atravessa um período difícil, menos de três meses após tomar posse.

Depois de contrair pneumonia, foi forçado a adiar esta semana uma visita de Estado à China, com a qual os seus assessores contavam para restaurar a sua imagem após várias polémicas e declarações inoportunas.

“Lula agora terá que governar com uma oposição organizada, o que poderá fazer uma grande diferença”, disse Jairo Nicolau, analista político da Fundação Getúlio Vargas, à AFP.

Os brasileiros ficaram divididos sobre o retorno do ex-presidente (2019-2022).

“Gosto da ideia de ele voltar”, disse Idanaldo Carlos, empresário autônomo, à AFP TV no Rio de Janeiro. Durante seu mandato, ele não teve tempo suficiente, apenas tempo para lidar com a epidemia de Covid.”

Mas este regresso foi recebido com indiferença por outros, como a dona de casa Carla Márquez da Conceiço. “Ele não é mais presidente do Brasil, não me importa”, disse ela.

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O Partido Liberal confirmou à AFP que Bolsonaro, quando se tornar seu presidente honorário, receberá salários mensais no valor de cerca de 7.000 euros.

Depois de almoçar na sede do PL, o ex-chefe de Estado estava programado para ir para sua futura residência, em um complexo residencial altamente protegido no bairro do Jardim Botânico, em Brasília, com sua esposa Michelle.

Esta fervorosa evangélica, de apenas 41 anos, acaba de assumir a presidência da divisão feminina do Partido Liberal e poderá concorrer à presidência em 2026.

Jair Bolsonaro enfrenta polémica por causa de joias de luxo, no valor de pelo menos três milhões de euros, que obteve da Arábia Saudita e que alegadamente trouxe ilegalmente para o Brasil.

A polícia o convocou em 5 de abril para prestar depoimento.

Bolsonaro, que perdeu a imunidade, também é alvo de cinco investigações do Supremo Tribunal Federal em casos que podem resultar em penas de prisão.

Jair Bolsonaro também é alvo de pelo menos 16 inquéritos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ele poderia ser condenado a oito anos de inabilitação, o que o impediria de concorrer à presidência em 2026.

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