Oi vende ativos móveis por R $ 16,5 bilhões para Vivo / TIM / Claro e dá mais um passo para sair da recuperação judicial; veja a trajetória

SÃO PAULO – Em mais uma grande etapa da recuperação judicial (RJ), a Oi (OIBR3;OIBR4) vendeu sua operação de telefonia móvel (Oi mobile) em leilão nesta segunda-feira (14) para o consórcio formado pela Vivo (VIVT3), TIM (TIMS3) e Claro por R $ 16,5 bilhões. O leilão, organizado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, durou apenas trinta minutos e não teve concorrência, confirmando a expectativa dos investidores de que não haveria disputa pelos ativos, depois que o consórcio acertou a proposta da Highline em meados do ano.

O trio planeja cindir os ativos de celular da Oi assim que receber a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A Oi reformulou neste ano seu plano de recuperação judicial, que foi aprovado pelos credores em setembro e homologado pelo juiz que cuida do RJ em outubro. A espinha dorsal do novo plano é o leilão de ativos, de onde deve sair o dinheiro para pagar os credores. Para a execução da tarefa, o plano dividiu a Oi em cinco partes, denominadas Unidades Produtivas Isoladas (UPIs): telefonia móvel (Oi mobile); torres; infraestrutura (ou InfraCo, que inclui a operação de fibra óptica); TV a cabo; e data centers.

O primeiro leilão, para torres e data centers, aconteceu no dia 26 de novembro e arrecadou R $ 1,4 bilhão.

O segundo leilão, da operação móvel, foi realizado na segunda-feira. No meio do ano, os ativos móveis atraíram uma oferta acima do valor mínimo estipulado de R $ 15 bilhões, da Highline, que pertence à empresa global de investimentos Colônia Digital, mas o consórcio formado por Vivo, Tim e Claro acertou a proposta. .

No ano que vem, a Oi deve realizar leilão de venda da unidade de TV por assinatura, considerado menos relevante.

Nesta terça-feira (8) da semana passada, Bernardo Winik, vice-presidente de Clientes do grupo Oi, disse em entrevista coletiva que a empresa espera receber entre janeiro e fevereiro uma oferta vinculativa pela fatia de 51% da InfraCo e o leilão deve ser realizada no primeiro trimestre. Em entrevista concedida em agosto ao site da TeleSynthesis, especializado no setor, o presidente da empresa, Rodrigo Abreu, disse que a empresa espera receber pelo menos R $ 9 bilhões pela venda do controle.

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Fibras óticas são os olhos da Oi. Ao contrário dos serviços de telefonia móvel, que estão sujeitos a constantes críticas dos clientes, a fibra óptica residencial (mercado conhecido como fibra para casa, ou FTTH) é a operação mais lucrativa e promissora da operadora hoje.

Outlook para Oi

Na semana passada, o Bradesco BBI reiterou a visão positiva das empresas de telecomunicações, reforçando a Oi como a principal opção do setor no Brasil e elevando o preço-alvo de R $ 3,10 para R $ 3,40 dos papéis OIBR3 até o final de 2021, o que representa um valor de 44 % potencial de valorização em relação ao fechamento de sexta-feira.

Para a equipa de análise do BBI, mesmo após o forte aumento de mais de 170% dos ativos acumulados em 2020 (de 174% para OIBR3 e 185% para OIBR4, até sexta-feira passada), ainda há espaço para ganhos, destacando-se a atractiva valorização , competição mais racional, gatilhos de curto prazo (como a venda de ativos móveis), entre outros. Analistas também destacam o forte avanço no segmento de fibra ótica residencial (ou no jargão do mercado de FTTH, do inglês fibra para casa), em que a Oi já é líder em 13 capitais.

Os analistas também atualizaram o modelo levando em consideração a atualização da dívida da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). No final de novembro, o grupo de telecomunicações teve deságio de praticamente 50% na dívida de R $ 14,3 bilhões de reais com o Governo Federal e ainda pode instalar o valor restante, informou a Procuradoria Geral da República (AGU) – veja mais clicando aqui.

Segundo o BBI, um perdão ainda maior da dívida com o Sindicato também pode ser um importante catalisador de ações. Isso porque a empresa ainda pode migrar a dívida para a Nova Lei de Falências, recentemente aprovada no Senado e aguardando sanção presidencial, o que poderia aumentar ainda mais o desconto do valor devido ao governo, em até 70%.

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Além disso, eles acreditam que a Oi deve manter o ritmo acelerado de expansão do FTTH, adicionando cerca de 140 mil domicílios conectados por mês. O plano da Oi de chegar a 14 milhões de residências até 2021, aliado a uma melhor receita média por usuário (ARPU) e taxa de absorção do que inicialmente previsto, deve levar a receita a crescer cerca de 9% na comparação anual em 2021, além da potencial reavaliação dos ativos , que devem receber ofertas vinculativas a partir de janeiro de 2021, avaliam analistas do BBI.

É importante destacar que a Oi informou na semana passada que dobrou sua base de clientes em oito meses. “Saímos de 700 mil clientes no final de 2019, para um milhão no início de 2020 e agora entramos em dezembro com esta boa notícia de dois milhões de clientes no total”, disse Bernardo Winik em conferência de imprensa, destacando que este é o pilar central na a estratégia da empresa para os próximos anos.

O executivo destacou ainda que a Oi atingiu a marca de 9,2 milhões de residências passadas por fibra ótica em dezembro, um milhão acima da estimativa inicial da empresa, com 134 municípios atendidos. “O desempenho ficou bem acima das expectativas quando elaboramos o projeto, é um motivo de muito orgulho para a Oi.” ver mais clicando aqui.

Analistas do BBI apontam ainda que, “em termos de rentabilidade, com sólido controle de custos e plano de demissões voluntárias, com objetivo de economizar de R $ 200 milhões a R $ 300 milhões em 2021, espera-se crescimento do Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] de 31% na comparação anual em 2021. Por fim, vemos o fim do plano de recuperação judicial no próximo ano, o que pode levar a um maior número de investidores olhando para o OIBR3 ”.

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Se o fim da recuperação judicial ocorrer em 2021, não será pouca coisa. Oi pediu falência em junho de 2016, com uma dívida de R $ 64 bilhões – o segundo maior RJ da história, atrás apenas da Odebrecht, com uma dívida de R $ 98 bilhões.

Fabrício Lodi, professor do Projeto 10%, uma escola de comerciantes, também acredita que, com os leilões, a Oi pode quitar suas dívidas e encerrar o processo de recuperação judicial até o próximo ano, voltando a ser sustentável a partir de 2022 ou 2023.

Lodi também destaca que muito do mérito do novo plano de RJ da Oi pode ser atribuído ao atual presidente da empresa, Rodrigo Abreu, ex-presidente da Cisco e da TIM – e um nome respeitado pelo mercado. “Em junho, ele disse que o novo plano teria o objetivo de zerar dívidas e quintuplicar o valor da Oi, levando as ações para um patamar superior a R $ 5. No momento, os sinais indicam que ele poderá manter o promessa. “

Confira a linha do tempo com a história da Oi:

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