Mandíbulas de tubarão, cobras em formalina, cabeças de rinoceronte empalhadas… Os museus de história natural têm inúmeros espécimes de vertebrados em suas coleções, mas muitas vezes são armazenados fora da vista. Já os cientistas que desejam examiná-los de perto têm que viajar, às vezes de lugares muito distantes, e até esperar a sua vez de examinar os mais famosos!
O problema foi parcialmente resolvido, graças à base de dados openVertebrate de acesso gratuito: uma enorme coleção virtual de 13.000 modelos 3D de peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos – ou 80% de todos os géneros de vertebrados!
As imagens mais dramáticas foram obtidas por meio de raios X e depois coloridas por processamento computacional. O resultado na tela: você pode não apenas admirar, por exemplo, o esqueleto de um tatu sob sua carapaça, mas também examiná-lo de todos os ângulos e de perto, manuseando-o com um mouse de computador.
“Desde o início, queríamos construir um banco de dados que fosse útil para os cientistas, mas também acessível aos educadores e ao público”, diz David Blackburn, líder do projeto e curador do Museu de História Natural da Flórida da universidade.
Ele diz que em 2010, várias equipes de pesquisa estavam realizando projetos de digitalização 3D em pequena escala no seu grupo favorito de vertebrados. Este foi o caso de Adam “Fish Guy” Summers, biólogo do Friday Harbor Laboratories, no estado de Washington. Ele já postava esqueletos de peixes em 3D no Twitter (agora X) quando lançou a hashtag #Scanallfish em 2016.
Quando David Blackburn descobriu essas publicações, ele respondeu com humor que iria “escanear todos os sapos”, seu vertebrado favorito e que está no centro de sua própria pesquisa. Em seguida, reuniram outros colegas e formaram a equipe que criou o openVertebrate, que teve acesso aos acervos de dezesseis museus americanos.
Para pintar um quadro de todos esses animais, os cientistas usaram diversas técnicas. Representações tridimensionais dos esqueletos foram produzidas por tomografia computadorizada (TC). Para fazer isso, a amostra é girada na frente de uma câmera de raios X, que captura uma série de raios X. Um computador então combina essas imagens, tiradas em ângulos ligeiramente diferentes, para produzir uma imagem 3D. Essa tecnologia é comum na medicina (falamos dela também Tomografia computadorizada): E depois a câmera que gira em torno do paciente.
Para ver os órgãos internos da amostra na tomografia computadorizada, eles devem estar em boas condições. Por isso escolhemos animais conservados em líquido, como o álcool. Uma substância é então injetada em seus órgãos que bloqueia os raios X, de modo que eles se tornam visíveis como ossos em um raio X. Resta colori-los digitalmente para distingui-los claramente.
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