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Arábia Saudita, Kuwait, Omã e Bahrein: Os ministros das Relações Exteriores desses quatro reinos do Golfo estão na China esta semana, a convite de seus colegas Wang Yi. Quais são os desafios desta visita de grupo? Análise de Camille Lunce, pesquisadora associada do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS).
Surf Eye: Como você analisa a visita dos representantes dos quatro países do Conselho de Cooperação do Golfo à China nesta semana? Está falando de energia (petróleo) ou política?
Camilo Lounes: É uma forma de abranger todos os arquivos relacionados ao relacionamento dos países com China, a questão da energia, mas também as questões económicas de forma mais ampla, uma vez que se trata de um acordo de comércio livre que está em cima da mesa há muito tempo, parcerias no domínio das energias renováveis, novas tecnologias, saúde, etc. A ideia é abordar tudo isso, mas também questões políticas desde que ele conheceu o ministro das Relações Exteriores do Irã, Wang Yi. [le chef de la diplomatie chinoise] em Pequim. Portanto, para esses países do Golfo, esta será também uma oportunidade para expressar sua preocupação com as negociações em andamento Nuclear Irã.
A China já é um dos países que atualmente negociam com o Irã em Viena para tentar reviver o acordo nuclear de 2015. Como ele se encaixa nas tensões entre Arábia Saudita e Irã?
A China mantém sua posição: não se envolver em questões geopolíticas no Golfo e manter uma posição de equilíbrio entre as diversas potências da região.
Os aliados dos EUA no Oriente Médio são frequentemente descritos como países preocupados com a reorientação estratégica dos Estados Unidos. É isso que está no fundo desta visita?
A relação com os Estados Unidos, principal aliado das monarquias do Golfo, e o temor da retirada americana da região, já está em segundo plano na relação entre os estados do Golfo e a China. Também houve divergências nos últimos meses entre os Emirados Árabes Unidos (que não participa da visita conjunta desta semana a Pequim) e Washington, sobre projetos conjuntos entre os Emirados e Pequim, como inteligência artificial ou 5G. Houve até relatos na imprensa de planos para estabelecer uma base chinesa nos Emirados Árabes Unidos.
Quem é dependente de quem? Produtores de petróleo da China ou as monarquias do Golfo um cliente tão grande?
É uma relação de interdependência. A China se tornou o maior importador de petróleo do mundo, e sua economia inevitavelmente depende muito do petróleo que vem da região do Golfo. Por outro lado, como a China é um dos maiores clientes desses países (em particular,árabe saudita), sua prosperidade depende das importações chinesas. Mas esse equilíbrio está mudando a favor da China. Com a transição energética, existe a possibilidade de preços mais baixos do petróleo a muito longo prazo. Tendo procurado diversificar as suas fontes de energia nos últimos anos, recorrendo à Rússia, Brasil ou Angola, a China tornou-se menos dependente dos Estados do Golfo.
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