Depois dos Panama Papers e Paradise Papers, agora é a vez de Pandora ganhar as manchetes. A investigação de um consórcio internacional de jornalistas tem provocado várias figuras públicas por suas práticas de sonegação de impostos.
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O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair e a cantora Shakya são apenas alguns dos nomes mencionados nesta pesquisa, que se baseia em quase 12 milhões de documentos.
E se são nomes novos, as táticas são as mesmas que existem há várias décadas, observa o especialista em paraísos fiscais e professor da Universidade de Moncton, Alan Denault.
Ele explicou em uma entrevista à TVA Nouvelles que “os paraísos fiscais ainda são usados para esconder ativos das autoridades fiscais e conduzir as operações de uma forma completamente opaca”.
O professor Alan Denault observa que o que é particularmente impressionante nos Pandora Papers é a dimensão industrial da evasão fiscal.
“Hoje, os ativos dos poderosos e milionários, bem como das grandes corporações, são administrados em paraísos fiscais de maneira normal e totalmente integrada. O capitalista de hoje é administrado em paraísos fiscais”, observa Denault.
A pressão pública está crescendo constantemente para exigir que os líderes tomem medidas concretas que ainda estão pendentes.
“Do contrário, é claro que têm interesse em defender a oligarquia a que pertencem ou para a qual trabalham”, declara Alain Denault.
Tampouco o governo canadense pode se orgulhar de um desempenho melhor do que o de outros países, diz o especialista em paraísos fiscais. Alain Deneault observa que, ao longo dos anos, nem os liberais nem os conservadores agiram realmente para conter a evasão fiscal.
“Ambos, desde 1980 e de forma semelhante, apóiam os paraísos fiscais”
Seja por meio de um acordo que o Canadá assinou com Barbados ou de mudanças nas regulamentações tributárias canadenses que promovem a transferência de fundos para muitos paraísos fiscais, o Canadá parece estar fazendo o possível para tornar mais fácil para as pessoas e empresas que desejam escapar dos impostos. Alan Dunya observa.
“Nosso sistema tributário no Canadá funciona um pouco como uma cabine de pedágio em uma rodovia que inclui uma faixa lateral para carros de luxo”, explica ele.
“Aqui no Canadá, definimos o que realmente deve ser punido”, acrescenta o professor Denault.