É uma metáfora da “destruição como projeto político”, nas palavras do crítico de cinema José Geraldo Cotto. As imagens aterrorizantes do incêndio ocorrido quinta-feira – aparentemente durante obras de manutenção no sistema de ar condicionado – em um depósito onde a Cinemateca Brasileira guarda parte de seu arquivo em São Paulo, acenderam os ânimos.
Isso não significa que este incêndio tenha sido o primeiro. O incêndio que destruiu o Museu Nacional do Rio em 2018 – antes da chegada da extrema direita ao poder – ou os outros três incêndios que a própria cinemateca sofreu ao longo dos seus 74 anos de história, atestam a dificuldade do Brasil em preservar o seu património cultural. Mas sob Jair Bolsonaro, os círculos culturais – de esquerda, para o chefe de Estado – já se desentenderam com o governo, que aboliu o Ministério da Cultura e reduziu o financiamento.
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