Pelo menos 31 pessoas morreram desde o início da semana no sul do Brasil, após a passagem de um furacão devastador, de acordo com o último relatório divulgado pelas autoridades locais na quarta-feira, enquanto são esperadas mais chuvas fortes.
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Chuvas excepcionais e ventos fortes causaram graves danos e inundações inundaram muitas áreas.
Dezenas de bombeiros e policiais foram mobilizados, com grande dificuldade para chegar a algumas áreas completamente isoladas.
“Infelizmente, recebi a confirmação de quatro novas mortes”, anunciou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leyte, ao meio-dia em sua última entrevista coletiva.
O número de mortos aumentou para 21 na noite de terça-feira e para 27 na manhã de quarta-feira.
“Dada a situação, este número pode aumentar ainda mais”, disse o governador, para quem a região assiste “ao pior evento climático da sua história”.
Mais de 52 mil pessoas em 70 municípios do Rio Grande do Sul foram afetadas desde segunda-feira pelas chuvas torrenciais que provocaram inundações e deslizamentos de terra. Mais de 5.000 residentes foram forçados a deixar suas casas.
O governador revelou que o nível das águas subiu tanto em algumas localidades que “um grande número de pessoas ainda se abriga nos telhados das suas casas”.
As equipes de resgate agora estão correndo contra o tempo para resgatá-los de barco ou helicóptero.
“Estamos preocupados porque se prevê mais chuva tardia hoje e amanhã. O solo está saturado de água e os leitos dos rios já estão cheios”, alertou Eduardo Leite.
Pela manhã, dois ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobrevoaram as áreas afetadas.
“O que vimos é triste e triste”, escreveu o ministro das Comunicações, Paolo Pimenta, no X (antigo Twitter).
“Até que seja possível medir com precisão os danos físicos, todos os nossos esforços estão concentrados em tentar salvar vidas. Muitas pessoas estão isoladas em áreas de perigo”, acrescentou.
O governo federal anunciou que enviaria helicópteros para intensificar as missões de socorro.
Entre as vítimas estava uma mulher de 50 anos que foi transportada de avião, mas caiu no rio depois que o cabo ao qual estava amarrada se rompeu.
A cidade que lamentou o maior número de mortes até agora é Mokum, uma pequena cidade de 5.000 habitantes onde 15 corpos foram encontrados na terça-feira e 85% de seu território coberto pelo transbordamento do rio Tacuari.
O Brasil tem sido exposto a condições climáticas adversas e mortais nos últimos anos, e os especialistas não descartam que isso esteja ligado aos efeitos das mudanças climáticas.
Em junho, um furacão matou 16 pessoas na mesma área. Em fevereiro, enchentes e deslizamentos de terra causados por fortes chuvas no estado de São Paulo (sudeste) mataram pelo menos 65 pessoas.
No Brasil, o impacto devastador desses fenômenos climáticos é agravado pela urbanização descontrolada, com muitas pessoas vivendo em moradias precárias nas encostas.
Cerca de 9,5 milhões dos 203 milhões de habitantes do maior país da América Latina vivem em áreas em risco de inundações ou deslizamentos de terra.
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