” Ele está de volta ! “ Neste 12 de junho de 2023, a imprensa brasileira está eufórica. Um avião pousa em Brasília com uma criança local a bordo que voltou da Alemanha. A prestigiosa comissão de boas-vindas é composta por um ministro, funcionários, diplomatas, diretores de museus e universidades. Presente, Elmano de Freitas, governador de esquerda do estado do Ceará (Nordeste), discursa e cumprimenta um “momento histórico” para o Brasil.
Só que a estrela do dia não é a Bola de Ouro de um jogador de futebol nem uma musa do Carnaval, mas um fóssil do tamanho de uma galinha grande. Preservado em dois pratos cheios de calcário, Ubirajara jubatus, um dinossauro do Cretáceo, evoluiu há 110 milhões de anos na atual região do Cariri, no Ceará. Hoje é recebido “em casa” e com honras: bela conclusão de uma longa aventura e desfecho de uma ardente polêmica.
Já se passaram anos desde o retorno deUbirajara foi exigido por Brasília. Preservado no Museu de História Natural de Karlsruhe (SMNK), Alemanha, é de valor excepcional. Com 40 centímetros de altura, esse pequeno carnívoro coberto de penas tinha uma curiosa estrutura filamentosa no pescoço, semelhante a picaretas ou dardos, que lhe deu o nome: Ubirajarana língua indígena Tupi, significa “senhor da lança”.
Mas foram antes de mais as condições da sua descoberta que justificaram a repatriação. Oficialmente, Ubirajara teria sido encontrado em 1995 em uma mina na bacia sedimentar do Araripe, depois transferido para Karlsruhe. Durante vinte e cinco anos, o fóssil descansou nas prateleiras do SMNK quando, em dezembro de 2020, finalmente viu sua descrição publicada na revista Pesquisa Cretáceo, da pena de cinco pesquisadores, alemães, britânicos e mexicanos.
O escândalo estourou imediatamente. A descrição de um fóssil tão prestigiado, armazenado na Europa, por pesquisadores estrangeiros choca os cientistas brasileiros. Condições de saídaUbirajara parecer suspeito, se não ilegal. “Esses pesquisadores não mencionaram nenhuma autorização específica em seu artigo”lembra Aline Ghilardi, paleontóloga da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que denunciou o caso no Twitter (que virou X) e criou uma hashtag: #ubirajarabelongstobr, “ Ubirajara pertence ao Brasil.” Torna-se viral e a polémica cresce.
Apanhado no tumulto, Pesquisa Cretáceo retira sua publicação. Por seu lado, o museu de Karlsruhe, instituição construída em 1785, luta para se defender e recusa qualquer restituição do fóssil. Mas os líderes políticos se envolvem. O Land de Baden-Württemberg afirma queUbirajara teria de facto sido adquirido em 2009 pela SMNK, sem dúvida adquirido ilegalmente. A volta do dinossauro ao Brasil é finalmente ordenada em julho de 2022.
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