Seca histórica e crise energética no Brasil

Seca histórica e crise energética no Brasil

A seca histórica que está atingindo o Brasil está causando uma grave crise energética em um país onde dois terços da eletricidade são produzidos por usinas hidrelétricas.

O presidente Jair Bolsonaro alertou na semana passada sobre pedir aos brasileiros que “apaguem as luzes” para economizar eletricidade: “Estamos perto do limite.”

E não é apenas uma questão de boa vontade: a menos que você reduza drasticamente as velas, a conta será mais alta para as famílias neste enorme país de 213 milhões de habitantes.

Na terça-feira, o governo anunciou um aumento das tarifas em cerca de 7% para acompanhar o aumento dos custos de produção com novas fontes de energia e a necessidade de importação de energia elétrica.

O país deve usar todas as suas fontes de produção para atender a demanda. Luis Barroso, da consultoria PSR Consultoria, explica por que os custos estão altos, assim como as contas.

Na terça-feira, uma usina de biomassa e três unidades fotovoltaicas foram comissionadas para aumentar a produção de energia.

“esforço urgente”

Enquanto os reservatórios de água estão em seus níveis mais baixos no sudeste e centro-oeste do país – áreas críticas para a produção de energia hidrelétrica – o ministro de Minas e Energia, Pinto Albuquerque, apelou a um “esforço urgente”, tanto público como privado, para mitigar a riscos de interrupções eletroforese.

O plano de economia de energia elétrica em 10% a 20% de setembro a abril já foi implementado na administração pública.

Além dos problemas de eletricidade, a pior seca em mais de um século teve consequências devastadoras para o setor agrícola, motor do crescimento brasileiro.

A estimativa da produção de café foi revisada para baixo em 25% e outros produtos foram afetados, tanto em quantidade quanto em qualidade, como milho, cana-de-açúcar, laranja ou feijão preto, alimentos básicos da maioria das famílias brasileiras.

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Essa crise surge em um contexto econômico difícil para o Brasil, que já enfrenta forte alta da inflação e ainda é muito afetado pela pandemia do coronavírus.

fantasma 2001

“Se as chuvas continuarem abaixo da média nos próximos meses, haverá um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de energia elétrica nos horários de pico a partir de outubro”, disse Nevaldi de Castro, professor do grupo de estudos do setor elétrico da Universidade Federal do Rio. de Janeiro.

Em 2001, uma crise semelhante levou o governo a decretar o racionamento de energia.

Esta medida drástica não está em pauta no momento, mas não foi totalmente descartada pelo governo Bolsonaro, que deve agir rapidamente para evitar que a situação se agrave de forma irreversível.

“Alcançar resultados de curto prazo é fundamental, pois cada dia de atraso reduz o impacto de qualquer ação que vise mitigar o risco de falta de energia elétrica”, afirma Luis Barroso.

Algumas cidades de médio porte já começaram a racionar água, como Ito, no interior de São Paulo, que abastece apenas todos os dias por bairros desde julho.

O aumento dos preços da eletricidade e dos alimentos provocou um forte aumento da inflação, para 8,99% em julho, quase três vezes a meta estabelecida pelo banco central (3,75%) para 2021.

Nevaldi de Castro explica que “a energia tem um grande peso na inflação, porque seu custo afeta toda a cadeia produtiva e o orçamento doméstico”, dificultando o crescimento econômico.

Na quarta-feira, o instituto de estatísticas IBGE divulgou queda de 0,1% no PIB no segundo trimestre, resultado decepcionante após um primeiro trimestre animador (+ 1,2%).

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