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Sudeste do Brasil sob enchentes, pelo menos 23 mortos

(Petrópolis) Equipes de resgate brasileiras trabalham sob fortes chuvas para ajudar as vítimas da violenta tempestade que atingiu o sudeste do país no fim de semana, especialmente o estado do Rio de Janeiro, deixando pelo menos 23 mortos.




Em Petrópolis, onde quatro pessoas morreram quando uma casa e um pequeno prédio desabaram, os serviços de emergência alertaram no domingo sobre um “risco muito alto” de mais deslizamentos de terra.

Nesta pequena cidade, a 70 quilómetros do Rio de Janeiro, uma equipa da Agência France-Presse ajudou na manhã de sábado a resgatar uma jovem que ficou enterrada durante dezasseis horas sob os escombros. O corpo de seu pai foi descoberto perto dela.

“O pai heroicamente protegeu a menina com seu corpo e ela foi salva […] Luis Claudio de Souza (63 anos), vizinho e dono de um bar no bairro, disse à AFP: “Estamos sofrendo, mas estamos gratos por este milagre”.

No total, o estado do Rio de Janeiro registrou oito mortes desde o início do mau tempo na noite de sexta para sábado, nas cidades de Petrópolis, Teresópolis, Santa Cruz da Serra e Arraial do Cabo, segundo o governo.

No estado vizinho do Espírito Santo, um novo balanço anunciado no domingo mostrou 15 mortes, incluindo 13 apenas na pequena cidade de Mimoso do Sul, onde a situação é “caótica”, segundo o governador do estado.

O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, disse, numa mensagem publicada de sábado à noite para domingo na plataforma “X”, que a tempestade privou vários milhares de pessoas de abrigo.

O Presidente do Brasil, país assolado por frequentes desastres naturais, afirma que tais tragédias são “exacerbadas pelas alterações climáticas”.

Cerca de 241 pessoas morreram na cidade turística de Petrópolis em 2022, após fortes chuvas.

Lula também expressou sua solidariedade aos familiares das vítimas e ressaltou que o governo está trabalhando com as autoridades locais “para proteger, prevenir e reparar os danos causados ​​pelas enchentes”.

Modo “caótico”.

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, descreveu a “situação caótica” na cidade de Mimoso do Sul, zona norte do Rio, onde não foi possível determinar o número de possíveis vítimas do mau tempo.

Fotos aéreas tiradas no sábado e divulgadas pelos bombeiros mostram bairros inteiros da cidade submersos, apenas com os telhados visíveis. Em outras fotos publicadas pela mídia local, a correnteza varreu vários veículos, inclusive um caminhão de bombeiros.

Rios de água e lama também caíram pelas ruas íngremes de Petrópolis, com o governador do estado do Rio, Cláudio Castro, descrevendo a situação como “crítica” na sexta-feira, que declarou estado de emergência no estado.

A agência France-Presse indicou que dezenas de soldados e bombeiros, com a ajuda de cães, trabalharam no sábado sob forte chuva. A água lavou parte do cemitério, conforme testemunhou uma equipe da Agence France-Presse presente na cidade.

Cerca de 90 pessoas foram resgatadas desde sexta-feira, e escolas públicas foram convertidas em abrigos, de acordo com um comitê de emergência criado pelo governo e pelas equipes de resgate.

Ventos fortes e chuvas fortes também atingiram o litoral perto de São Paulo, onde duas crianças ficaram feridas e foram levadas ao hospital na sexta-feira.

Especialistas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) explicaram que a tempestade ocorreu devido à chegada de uma frente fria que causou estragos no meio da semana no Rio Grande do Sul (sul), depois afetou São Paulo e Rio, antes de chegar ao Espírito Santo. .

As previsões meteorológicas previam uma tempestade “forte”, especialmente no Rio, com uma média de 200 mm de chuva por dia entre sexta e domingo.

Isso supera a média histórica de 141,5 mm estimada para todo o mês de março.

A tempestade ocorre após uma onda de calor na região, onde uma temperatura percebida de 62,3 graus Celsius foi registrada há uma semana no Rio de Janeiro.

Os serviços meteorológicos esperam fortes chuvas na serra e no norte do Rio, após 300 mm terem caído em Petrópolis em 24 horas e mais de 220 mm terem caído nas cidades de Teresópolis e Magos.

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Alec Robertson

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