O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, retornando da Ucrânia, disse estar “preocupado” com a usina nuclear em Zaporizhia, controlada pela Rússia, à qual as Nações Unidas não têm acesso desde a invasão.
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“Está no topo da minha lista de preocupações quando se trata do status das instalações nucleares na Ucrânia”, disse Rafael Grossi em entrevista coletiva na sede da Agência Internacional de Energia Atômica (Agência Internacional de Energia Atômica) em Viena.
Ele disse que o site “ainda está sob controle russo, e o regulador ucraniano não tem controle, mas temos que realizar um certo número de tarefas o mais rápido possível, tanto do ponto de vista de inspeção, monitoramento e segurança”.
O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica insistiu que “devemos retornar a Zaporizhia, é muito importante”.
Com isso em mente, ele manteve conversas com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky durante sua visita.
“Nossas consultas continuam, sobretudo com a Ucrânia, mas também com a Rússia”, disse ele, referindo-se a uma reunião com autoridades russas “em alguns dias”.
Questionado sobre o sobrevoo do local, a baixa altitude, com mísseis no início desta semana, segundo autoridades ucranianas, Grossi disse que “recebeu vídeos”. “Estamos no processo de verificação, mas se tal desenvolvimento for confirmado, seria muito perigoso.”
Ele também observou a situação em Chernobyl, para onde foi na terça-feira, 36 anos após o pior desastre nuclear civil da história.
Ele então julgou o nível de radioatividade “na faixa normal”, declarações que repetiu na quinta-feira.
Tropas enviadas por Moscou, que capturaram a usina em 24 de fevereiro, no primeiro dia da invasão russa, movimentaram veículos e equipamentos e cavaram trincheiras nesta terra poluída, “o que naturalmente provocou um aumento da radiação.
“Mas a situação não representa um grande perigo para o meio ambiente e as pessoas”, disse Rafael Grossi.
O reator de Chernobyl explodiu em 1986 contaminando a maior parte da Europa, especialmente Ucrânia, Rússia e Bielorrússia. Classificada como “zona de exclusão” em um raio de 30 quilômetros ao redor da usina, a área ainda é fortemente poluída e a residência é proibida.
A Ucrânia tem 15 reatores em quatro plantas em operação, além de depósitos de resíduos como Chernobyl.