O presidente Lula quer investir centenas de bilhões de euros em obras públicas, produção de energia e transporte. Um “novo acordo” revisitado, já havia sido iniciado em 2003 e 2010 e falhou.
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317 bilhões de euros é a quantia que o governo brasileiro quer colocar na mesa para desenvolver o país. O presidente Lula anunciou na sexta-feira o relançamento de um programa denominado “Novo Pacto de Aceleração do Crescimento (PAC)”. Este é um programa de grandes obras que prevê investimentos públicos e privados de 1.700 mil milhões de reais (cerca de 317 mil milhões de euros), para ” recolocar o país no caminho do crescimento “.
O governo prevê investimentos de 1,3 bilhão de reais até o final do terceiro mandato de Lula, em 2026 (cerca de 242 bilhões de euros), e mais 400 bilhões de reais depois.
Uma das prioridades deste Novo PAC é a retomada de obras já iniciadas, mas paralisadas por dificuldades financeiras decorrentes, principalmente, da recessão histórica de 2015 e 2016. O maior volume de investimento está previsto na construção sector, com 610 mil milhões de reais (cerca de 114 mil milhões de euros), mais de metade dos quais destinados ao financiamento da habitação social no âmbito do programa Minha Casa Minha Vida, um dos projectos emblemáticos dos mandatos anteriores de Lula.
A Nova PAC prevê ainda que sejam investidos cerca de 540 mil milhões de reais (cerca de 100 mil milhões de euros) em energia e 349 mil milhões de reais (cerca de 65 mil milhões de euros) em transportes, nomeadamente para a construção e manutenção de estradas.
Os setores de educação e saúde também estão preocupados, com a construção de escolas e hospitais.
O presidente também reiterou que o respeito ao meio ambiente é uma de suas prioridades: “Temos uma grande oportunidade de nos tornarmos a grande potência sustentável do planeta, e o PAC vai contribuir para isso. Mais de 80% da energia (necessária para as obras previstas) é limpa”.
No entanto, para que os recursos sejam liberados, Lula deve aprovar uma lei que substitua o teto de gastos vigente desde 2016 e que deve ser submetida em breve a nova votação na Câmara dos Deputados. Um plano para uma economia em dificuldades. A inflação acumulada em um ano subiu ligeiramente em julho, para 3,99%, devido ao custo do transporte (+1,5%) e dos preços dos combustíveis (+4,75%), após 12 meses consecutivos de desaceleração, segundo dados oficiais divulgados sexta-feira pelas estatísticas do IBGE instituto. Este grande projeto de investimento público pode, portanto, ser desaprovado pelo Parlamento, que teme um ressurgimento da inflação.
Para esta nova versão do PAC, quase um terço dos investimentos anunciados deve vir de parcerias com a iniciativa privada, e um quinto dos recursos provenientes de empresas públicas, como a gigante do petróleo Petrobras.
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