(Paris) O ex-presidente brasileiro Luis Inácio Lula da Silva acusou na terça-feira o atual chefe de estado de extrema direita Jair Bolsonaro de “destruir” o Brasil, antes de se encontrar com o presidente francês Emmanuel Macron na quarta-feira.
“O país está sendo destruído, o país precisa ser reconstruído”, disse Lula, 76, que confirmou na segunda-feira estar “pronto” para disputar as eleições presidenciais de outubro de 2022, nas quais teria uma grande vantagem sobre o titular. .
“É o povo brasileiro que vai poder ser excluído democraticamente (Bolsonaro, nota do editor). Basta, Basta. Este país merece melhor”, continuou, sob aplausos das 400 pessoas que vieram ouvi-lo na Sciences Po Paris.
“Este governo colocou o Brasil nas costas do mundo e é o povo brasileiro que sofre com isso”, disse ele, denunciando o “isolamento político e diplomático” do Brasil.
Ninguém investe no Brasil (…) porque ele é grosseiro com as mulheres, não gosta de negros, queima a mata, porque é violento com os índios ”.
Ex-presidente Lula Ali Jair Bolsonaro
O anúncio oficial da candidatura de Lula é aguardado com ansiedade desde que ele se tornou elegível novamente, após uma decisão do Supremo Tribunal que anulou sua condenação por suborno por delito oficial em março.
Se o ex-sindicalista emergir, esta será sua sexta campanha presidencial, na tentativa de disputar um terceiro mandato após liderar o país de 2003 a 2010.
tour europeu
Lula está em turnê pela Europa esta semana por Bruxelas, Berlim, Paris e Madri. Ele anunciou que se reunirá com Emmanuel Macron na quarta-feira, o que foi confirmado pelo Elysee, após seu encontro na segunda-feira com Olaf Schulz, o possível futuro chanceler alemão. O ex-presidente também anunciou uma discussão com o primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez.
Ele explicou que o objetivo dessas reuniões é “o futuro de um acordo entre a União Européia e a América Latina”, sem citar o Tratado de Livre Comércio celebrado em junho de 2019, após vinte anos de negociações entre a Europa e os quatro países do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai).
“Não queremos apenas exportar soja, milho ou ferro metálico”, lamentou. A América Latina quer “fabricar” e “exportar produtos manufaturados de maior valor agregado”.
Depois de ser negociado pela Comissão Europeia em nome dos países da UE, este tratado não será ratificado até que tenha sido ratificado pelos parlamentos dos 27 estados membros. Alguns países, incluindo França e Alemanha, estão hesitantes, especialmente céticos em relação ao compromisso do Brasil com a proteção ambiental, o desmatamento e a proliferação de incêndios na Amazônia sob Jair Bolsonaro.