Os Estados Unidos estão a ajudar 50 países a fortalecer os seus sistemas de saúde como parte de uma estratégia global para prevenir outra pandemia, disseram autoridades norte-americanas na terça-feira.
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Este anúncio surge num contexto de incerteza relativamente a um acordo internacional histórico que visa chegar a acordo sobre a resposta que será tomada em caso de surto epidémico. As discussões sobre este acordo estão previstas para serem retomadas no final de abril, em Genebra.
As autoridades dos EUA identificaram deficiências técnicas nas capacidades de resposta a ameaças biológicas em cada um dos 50 países parceiros, incluindo capacidades para monitorizar novos agentes patogénicos ou aquelas relacionadas com testes de amostras em laboratório.
Os progressos alcançados por cada país serão publicados num novo site que será anunciado na terça-feira.
Além dos países apoiados directamente por Washington, os Estados Unidos instarão os seus parceiros do G7 a comprometerem-se a apoiar 50 outros países, num total de 100.
“Os Estados Unidos podem ser uma força para o progresso global quando usamos a nossa liderança para mobilizar os nossos parceiros bilaterais, regionais e multilaterais para resolver grandes problemas”, disse um funcionário dos EUA aos jornalistas.
No entanto, o financiamento desta iniciativa continua a ser uma questão importante, uma vez que o mesmo responsável estima as necessidades anuais em cerca de 30 mil milhões de dólares, dois terços dos quais devem provir do orçamento de cada país e o restante do financiamento externo.
Segundo este responsável, a pandemia de Covid-19 mostrou que “para garantir a saúde e a segurança dos americanos, o mundo deve ter a capacidade de gerir surtos de doenças infecciosas”.
A República Democrática do Congo está entre os países actualmente apoiados pelos Estados Unidos, uma vez que este gigante africano enfrenta uma epidemia de varíola (há muito chamada varíola dos macacos).
Os 194 países reunidos na Organização Mundial da Saúde decidiram desenvolver um texto vinculativo para evitar a repetição dos erros fatais e dispendiosos cometidos durante a gestão desastrosa da pandemia de Covid-19.
Mas, após dois anos de árduas discussões, os estados membros da OMS não conseguiram chegar a um acordo no final de março. As negociações estão programadas para serem retomadas no final de abril.
Os Estados Unidos estão envolvidos nestas discussões, mas estão prontos para preparar melhor o mundo para enfrentar a próxima epidemia, “independentemente do resultado destas negociações”, segundo o responsável americano.