A competição, adiada por um ano como o Euro devido à pandemia do COVID-19, foi finalmente mantida na quinta-feira pelo Supremo Tribunal Federal, apesar de inúmeras oposições, incluindo as do técnico brasileiro Tite ou do seu homólogo argentino Lionel Scaloni.
O Brasil de Jair Bolsonaro, ainda um dos países mais afetados pelo coronavírus com cerca de 477.000 mortes, concordou na semana passada em organizar o evento após as retiradas de última hora da Argentina e da Colômbia, dois países severamente abalados pela pandemia.
O COVID-19 já afetou uma seleção, a da Venezuela, às vésperas de sua entrada na disputa: onze integrantes da delegação venezuelana, incluindo oito jogadores, obtiveram resultado positivo em teste de seleção.
As identidades dos jogadores em questão não foram divulgadas, mas o capitão Tomas Rincon confirmou que faz parte do plantel. Ele deve, portanto, desistir de participar do torneio.
Para compensar as ausências, o treinador José Peseiro convocou 15 novos jogadores para a competição. Eles deveriam se juntar ao grupo no sábado.
A Bolívia também sofre. Três jogadores bolivianos e um membro da equipe técnica obtiveram resultado positivo.
O Brasil havia organizado a Copa América anterior, em 2019. Mesmo privada na época de Neymar, lesionada, a Seleção se impôs, como nas outras quatro vezes em que o torneio sul-americano foi disputado em seu solo (1919, 1922, 1949 , 1989).
O Brasil tem a melhor infraestrutura da América Latina depois de sediar a Copa do Mundo de 2014.
A partida de abertura colocará o Brasil contra a Venezuela no estádio Mané-Garrincha, em Brasília, no domingo. A final será disputada no dia 10 de julho, no Estádio do Maracanã.
Neste clima particular, a estrela do Barça Lionel Messi tentará afastar o destino que persiste contra ele nesta Copa América, com três finais perdidas (2007, 2015, 2016), as duas últimas nos pênaltis contra o Chile.
Uma coroação no estádio do Maracanã, no Rio, também seria uma grande vingança para ele, que ali havia sido derrotado na final da Copa do Mundo de 2014 pela Alemanha.
Mas a seleção argentina não vence uma competição internacional há 28 anos e multiplicou os erros defensivos grosseiros dos últimos tempos.
Em casa, o atual campeão Brasil será mais uma vez o grande favorito. Com nove títulos, fica atrás apenas do Uruguai (15) e da Argentina (14).
A Seleção voa pelas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2022 no Catar com seis vitórias em outras partidas, bem à frente da Argentina, que está em segundo lugar, com três vitórias e três empates.
O técnico Tite tem conseguido fortalecer a defesa, mantendo o frescor ofensivo de jogadores excepcionais como Neymar, que conquistou apenas um título olímpico na seleção, Gabriel Jesus ou Gabriel Gabigol Barbosa.
Com o Brasil, país anfitrião, e a Argentina de Messi, o Uruguai será o outro candidato ao título, com seus dois artilheiros Luis Suarez e Edinson Cavani.
Por sua vez, o técnico da Colômbia, Reinaldo Rueda, apostou alto ao dispensar os serviços do meia-ofensivo do Everton, James Rodriguez.
O Chile, coroado pela primeira vez em sua história em 2015 em casa, depois novamente no ano seguinte nos Estados Unidos, parece estar chegando ao fim de um ciclo e sem dúvida terá dificuldade em encontrar uma sucessão digna de geração de Arturo Vidal e Alexis Sanchez, que no entanto ainda estarão presentes no Brasil.
Por fim, o Peru, atual vice-campeão, está em total reconstrução e não deve poder repetir a atuação de 2019.
Os 10 países sul-americanos serão divididos em dois grupos de cinco: Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai competirão no Grupo A; Colômbia, Brasil, Equador, Peru e Venezuela no grupo B.
Os quatro primeiros de cada grupo se classificam para as quartas de final.
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