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Aprovado relatório do Senado recomendando indiciamento de Jair Bolsonaro

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Sete dos onze senadores que realizaram os trabalhos da Comissão de Inquérito do Senado brasileiro aprovaram, na noite desta terça-feira, o relatório pedindo a indiciação do presidente Jair Bolsonaro por nove crimes, além de outras 77 pessoas.

A decisão da Comissão de Inquérito do Senado sobre a pandemia Covid-19 no Brasil (ICC) deve manchar a imagem do chefe de Estado brasileiro. Na terça-feira, 26 de outubro, o Tribunal Penal Internacional aprovou um relatório condenatório sobre a investigação de seis meses, que recomenda a acusação do presidente Jair Bolsonaro por nove crimes, incluindo “crimes contra a humanidade”.

Depois de dezenas de audiências, muitas vezes comoventes, o TPI acusou o governo de “expor deliberadamente” os brasileiros à “poluição em massa”.

Sete dos 11 senadores que lideraram o trabalho do TPI concordaram com o texto que também pede o indiciamento de 77 outras pessoas, incluindo vários ministros, ex-ministros, empresas e os três filhos mais velhos de Jair Bolsonaro, todos eleitos. ..

Ao final da votação, os senadores observaram um minuto de silêncio em memória dos mais de 606.000 brasileiros que morreram de COVID-19.

“Crimes deliberados”

Para o TPI, esses crimes são “intencionais”, e o governo decidiu deliberadamente não tomar as medidas necessárias contra o coronavírus, na esperança de que a população alcance a “imunidade coletiva”, estratégia “de grande risco”.

O ICC em particular lamentou os “atrasos deliberados” na obtenção de vacinas, visto que o governo preferiu promover tratamentos ineficazes como a hidroxicloroquina, com “consequências trágicas” para a população.

O ICC também investigou as responsabilidades do governo na hipóxia que matou dezenas de pacientes em Manaus (Norte), e a relação entre Brasília e assinantes privados de saúde. Um deles, Prevent Senior, é suspeito de, sem o conhecimento de seus pacientes, experimentar tratamentos precoces e pressionar seus médicos a prescrevê-los a “cobaias humanas”.

intervalo de tokens

Como o TPI não pode ir mais longe, seu relatório será enviado ao Ministério Público, que tem jurisdição exclusiva para acusar as pessoas que incriminou. Mas, no caso de Jair Bolsonaro, especialistas consideram improvável a acusação, já que cabe ao procurador, Augusto Arras, aliado do presidente.

No entanto, o “crime contra a humanidade” poderia ser julgado no Tribunal Penal Internacional de Haia.

As acusações do TPI deveriam ter um alcance principalmente simbólico Por enquanto, Jair Bolsonaro também se beneficia de apoio no parlamento que é capaz de evitar seu impeachment.

Para os familiares das vítimas, as provas apresentadas por este relatório, que ofuscam a atuação do governo brasileiro, podem servir de base a processos judiciais privados. Segundo o correspondente francófono da France 24 no Rio de Janeiro, Pierre Love, o texto prevê indenização para os familiares de mais de 600 mil vítimas do Covid-19.

vídeo polêmico

Anteriormente, os 11 senadores do Tribunal Penal Internacional pediram ao Supremo Tribunal Federal e ao Ministério Público que suspendessem as contas do presidente no Facebook, Twitter e Instagram “até segunda ordem”, após ele ter vinculado a vacina contra o vírus Covid-19 à AIDS, em um vídeo postado semana passada. nas redes sociais.

O especialista político Mauricio Santoro disse à AFP que está “cético” quanto a tal possibilidade. “Si on se base sur l’exemple de (l’ancien président américain Donald) Trump, il faudrait quelque escolheu de très grave, comme l’invasion du capitole” para que Jair Bolsonaro soit exclu de Twitter e Facebook, afirma.

O TPI também exigiu que Jair Bolsonaro se retirasse em um canal nacional (de televisão) sobre a relação entre uma vacina anti-Covid e a contaminação da AIDS, “sob pena de multa de 50.000 reais (7.700 euros)”. Os senadores escreveram: “Podemos não podem mais permitir esse tipo de “conduta”, exigindo que o presidente não tenha acesso às suas contas “para evitar evidências prejudiciais”.

Na segunda-feira, a plataforma de vídeos do YouTube suspendeu por uma semana as atividades do canal do presidente, após a exclusão do vídeo, assim como o Facebook e o Instagram.

com AFP

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