(Brasília) O presidente brasileiro Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira que não testemunharia perante uma comissão do Senado que investiga possíveis irregularidades na negociação das vacinas anti-COVID-19 por seu governo: “Eu cago no TPI”, disse.
“Você sabe qual é a minha resposta?” Eu cago, eu cago no ICC. Não vou responder a nada ”, disse Bolsonaro em seu discurso semanal transmitido nas redes sociais.
O chefe de Estado se referia a um pedido de funcionários da Comissão Parlamentar de Inquérito (ICC), que desejam que o presidente responda às alegações de tentativa de superfaturamento na compra da vacina indiana Covaxin.
“Não vou responder a essas pessoas em hipótese alguma, elas não têm interesse em saber a verdade, mas em desvalorizar o governo”, acrescentou o presidente.
“Após 13 dias (de denúncias), Vossa Excelência não emitiu nenhuma declaração de forma categórica, pontual e esclarecedora se distanciando das graves denúncias atribuídas a Vossa Excelência”, disseram os senadores Omar Aziz, Presidente do CPI, Randolfe Rodrigues, vice-presidente e Renan Calheiros, relator, em carta dirigida ao Chefe do Estado e citada pela imprensa.
O presidente de extrema direita é alvo de uma investigação preliminar por “prevaricação”, acusada de ter esquecido suspeitas de corrupção na compra da vacina Covaxin, relatadas por funcionário do Ministério da Saúde.
Ao testemunhar perante a comissão de inquérito, este afirmou ter sido submetido a “pressão atípica” para aprovar a importação de doses de Covaxin que considerou cobradas a mais.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o laboratório indiano Bharat Biotech oferecia inicialmente a vacina a R $ 1,34 a dose. Mas o Brasil concordou em pagar US $ 15, mais do que por qualquer outra vacina que já comprou.
Há dois meses, a Comissão de Inquérito do Senado analisa a gestão governamental da crise de saúde que já matou mais de meio milhão de pessoas no Brasil, um país de 212 milhões de habitantes.