Brasília. Depois de mais de três décadas, o Congresso brasileiro concordou em renovar o sistema tributário. A reforma visa tornar o sistema tributário mais transparente e simplificá-lo, reduzindo a burocracia.
A iniciativa foi iniciada pelo chefe de estado de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva. Lula disse estar satisfeito com a votação no Congresso, principalmente por causa da maioria de centro-direita no Congresso. “Ontem conseguimos, pela primeira vez na história da República brasileira, aprovar uma reforma tributária, numa votação democrática, num Congresso em que somos minoria”, declarou o presidente.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, falou em “dia histórico”. O ministro da Economia, Fernando Haddad, também disse: “O Brasil amadureceu. Ele teve que enfrentar esse programa, que é a mais importante de todas as reformas porque organiza todo o sistema produtivo”, disse Haddad.
Uma medida concreta é alterar o actual sistema fiscal. Anteriormente, este consistia num total de cinco impostos diferentes e agora foi transformado num imposto duplo sobre vendas de padrão internacional. Além disso, existem regras uniformes para todo o território nacional do Brasil.
A reforma deverá não só facilitar o pagamento de impostos, mas também contribuir para a justiça fiscal e, assim, beneficiar a população mais pobre. Como resultado, os rendimentos mais baixos deveriam ser menos tributados e os rendimentos mais elevados deveriam ser tributados mais pesadamente. Atualmente, o consumo dos brasileiros de baixa renda é tributado mais pesadamente do que o dos mais ricos.
Ao tributar as empresas “super-ricas” e offshore, espera-se que até seis mil milhões de dólares fluam para os cofres do Estado só até 2025.
O texto base da reforma foi aprovado em julho deste ano. O Senado fez algumas mudanças, mas as aprovou em novembro. O Congresso já votou em dois turnos para mudar o sistema tributário. Neste último caso, votaram a favor 365 deputados e 118 contra. O número de 308 sim necessários para a adoção foi claramente ultrapassado.
As reformas e legislação propostas foram finalmente aprovadas durante a sessão do Congresso na quarta-feira. O executivo tem agora 180 dias para apresentar o projeto de lei alterado, mas também para definir como a reforma deve ser enquadrada. Já foi decidido que a fase de transição e estabelecimento durará de 2026 a 2032.
A reforma tributária representa uma vitória política para Lula, que lidera as negociações desde o início de sua presidência, em 1º de janeiro deste ano. Durante a campanha eleitoral, destacou a redução de impostos para as populações mais pobres. Desde 1985 – durante o processo de redemocratização do Brasil – tem havido discussões sobre a reforma do sistema tributário.
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