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Crescimento desacelera no segundo trimestre para 0,9%

O crescimento atingiu 1,8% no primeiro trimestre. iuneWind / Stock.adobe.com

O Brasil registou um crescimento de 0,9% no segundo trimestre, com o crescimento do PIB a desacelerar face ao primeiro trimestre (+1,8%), mas acima das expectativas. A maioria dos analistas esperava um crescimento de apenas 0,3%.

No primeiro trimestre, o crescimento foi reforçado graças aos resultados excepcionais do sector agrícola, que assistiu a uma diminuição da sua actividade no segundo trimestre (-0,9%). Depois de voltar ao poder desde janeiro, o presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva viu o PIB aumentar 3,7% no primeiro semestre, em comparação com os primeiros seis meses do ano passado.

No primeiro trimestre, o crescimento atingiu 1,8% (o valor foi revisto em baixa na sexta-feira, face aos 1,9% anunciados em junho). Esta situação foi reforçada pelos resultados excecionais do setor agrícola, que registou uma queda da atividade no segundo trimestre (-0,9%). Em sentido inverso, a atividade industrial aumentou significativamente (+0,9%), assim como os serviços (+0,6%).

Taxas de desemprego diminuem

O economista brasileiro André Perfeto estima que este crescimento acima do esperado foi “fortemente influenciado pelo aumento do consumo das famílias (+0,9%), graças à inflação controlada e às medidas tomadas pelo governo para aumentar a procura”. A primeira metade do terceiro mandato de Lula foi marcada por um crescimento de 3,7% do PIB em relação aos primeiros seis meses do ano passado. “Um crescimento muito maior no segundo trimestre sugere que a economia brasileira está com uma saúde muito melhor do que muitos (analistas), incluindo nós, acreditam”, comentou William Jackson em nota publicada pela Capital Economics.

Mesmo que espere “um crescimento menos significativo no segundo semestre”, este especialista sublinha a “resiliência” da economia brasileira. Consequentemente, revisou sua previsão de crescimento para o Brasil em 2023, de 2,3% para 3,5%. Na quinta-feira, o instituto já havia trazido outras boas notícias para o governo Lula: a taxa de desemprego caiu para 7,9% no período maio-julho, o menor nível neste período do ano em nove anos.

O rendimento médio dos trabalhadores brasileiros foi de 2.935 reais de maio a julho (cerca de 550 euros), um aumento de 5,1% num ano, enquanto a inflação subiu para 3,99% nos últimos 12 meses. Há três semanas, Lula relançou um programa massivo de grandes acções, intitulado “Novo Pacto de Aceleração do Crescimento”, com investimentos públicos e privados planeados no valor de 1.700 mil milhões de dólares (quase 317 mil milhões de euros). Durante os seus dois primeiros mandatos (2003-2010), o antigo torneiro beneficiou de uma situação económica particularmente favorável, com um boom de matérias-primas.

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Opal Turner

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