A Colômbia lançou um apelo por assistência internacional para lidar com cerca de três dezenas de incêndios florestais, incluindo vários ao redor da capital, Bogotá, que afetam a qualidade do ar e o tráfego no aeroporto internacional na quinta-feira.
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O presidente Gustavo Petro disse à imprensa que “ativou protocolos de solicitação de assistência internacional” para que o país pudesse enfrentar 31 incêndios em cinco regiões do país, que na quarta-feira destruíram cerca de 600 hectares de floresta.
Segundo o Instituto de Hidrologia, Meteorologia e Estudos Ambientais (Ideam), 87% do país corre “risco máximo” de incêndios.
O Sr. Petro também observou que os Estados Unidos, Chile, Peru e Canadá já responderam positivamente aos pedidos da Colômbia para ajudar a conter o desenvolvimento dos incêndios.
Em Bogotá, mais de 300 bombeiros, soldados e equipas de resgate lutam para extinguir três focos separados em torno da capital de oito milhões de pessoas.
O prefeito de Bogotá, Carlos Fernando Galán, pediu “aos moradores do entorno das áreas de incêndio que usem máscaras de proteção” e anunciou o fechamento das escolas e da universidade afetadas pela fumaça.
A Aviação Civil disse que o maior terminal aéreo da América Latina em volume de carga operava “com restrições” devido à fumaça e ao nevoeiro matinal, mas a situação estava “voltando ao normal”.
Cerca de 138 voos foram afetados pelo atraso da manhã de quinta-feira, incluindo o cancelamento de 48 voos e o desvio de 16 voos para outros aeroportos.
A Prefeitura recomendou evitar exercícios ao ar livre, fechar janelas e, em determinadas áreas, colocar toalhas molhadas sob as portas.
“Realmente cheira a fumaça. Dá até para sentir o frio descendo pela garganta”, disse à AFP Blanca Galindo, uma vendedora ambulante de 69 anos, no sopé das montanhas que fazem fronteira com Bogotá, onde muitas pessoas usam máscaras de proteção.
Animais selvagens, pássaros, esquilos e guaxinins foram vistos buscando abrigo em áreas urbanas.
A Colômbia, famosa pela sua biodiversidade, enfrenta o impacto do fenómeno climático El Niño, com recordes de calor, secas e incêndios.
Nove municípios do norte, centro e leste do país registaram na terça-feira temperaturas recorde de 40,4 graus Celsius, segundo Aidem, já que janeiro costuma ser o mês mais frio do ano.
“Atualmente, existem 62 municípios que sofrem de estresse hídrico, ou seja, onde a capacidade de água doce é igual ou inferior à demanda da população”, enfatizou Petro.
Desde o início de novembro foram registrados 336 incêndios florestais em 174 municípios. Pelo menos 6.618 hectares de vegetação foram destruídos, segundo a Proteção Civil colombiana.
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