O Partido Liberal (PL) teve um enorme sucesso no lançamento da pré-candidatura de Jair Bolsonaro para um novo mandato, domingo, 27 de março. O novo movimento político do chefe de Estado, o nono ao qual ingressou desde o início da carreira, reservou para este evento o mais importante centro de conferências da América Latina, em Brasília.
Mas em flagrante violação da lei eleitoral, que marcou em 16 de agosto o início da campanha presidencial – as eleições ocorrerão em outubro -, os trabalhistas tiveram que renomear às pressas o partido, retirando as palavras “começando” e “dos cartazes” antes da implementação ».
Mas os discursos anunciavam uma campanha eleitoral e a decoração era totalmente dedicada Ao Capitão do Povo, Uma fórmula escrita em letras gigantes nas telas. Mas para este lançamento, faltou entusiasmo, uma multidão de ativistas que não lotou o enorme salão.
O presidente também não demonstrou muito entusiasmo durante seu discurso de vinte minutos, concentrando-se mais em seu histórico e em seu passado do que em um novo mandato. Acompanhado de figuras-chave do seu governo, voltou a prometer Sacrificar sua vida pelo Brasil. Adicionando com frequência “na vontade de Deus”. Nos termos militares que ele ama, descreva a batalha que ele vai liderar “A batalha do bem contra o mal. No nosso Brasil, nosso inimigo não é externo, é interno.”
Sem citar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apelidado de Lula, ele atribuiu à esquerda – o inimigo interno – todos os males que assolam o país, em especial a corrupção e a perda de valores morais. Ele reciclou os argumentos e fórmulas das eleições de 2018 repetindo que o Brasil enfrentaria o mesmo destino da Venezuela ou Cuba se o Partido dos Trabalhadores (PT) voltasse ao poder. Mas sem levantar a voz ou provocar a indignação dos militantes, ele conseguiu fazê-lo bem quatro anos antes.
O lançamento desta campanha, que assim não foi, deve estimular a máquina de extrema-direita a tentar a reeleição, o que tem se mostrado difícil. Em todas as pesquisas há um ano, o presidente caiu para o segundo lugar, muito atrás de Lula por 10 a 15 pontos.
Em 24 de março, na última pesquisa do Instituto Datafolha, ele recebeu quatro pontos a mais que dezembro de 2021, com 26% de intenção de voto, enquanto Lula perdeu um quinto (de 48% para 43%). O presidente ganhou popularidade porque já está no campo: viaja, inaugura vigorosamente a infraestrutura e, sobretudo, usa o orçamento do Estado ao máximo. Com a nova assistência social, ele ganhou votos entre as classes de baixa renda que votaram em Lula”, A socióloga Esther Solano é professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
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