(Brasília) O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil anunciou nesta sexta-feira que a plataforma de bate-papo online criptografado Telegram aderiu ao acordo firmado com outros aplicativos de mensagens para combater a desinformação antes das eleições presidenciais de outubro.
Postado ontem às 19h57
“O objetivo da aliança (com o Telegram) é combater conteúdos falsos relacionados à justiça eleitoral, ao sistema de votação eletrônica, ao processo eleitoral em suas diversas etapas e aos atores envolvidos”, afirmou o Supremo Tribunal Eleitoral. do Brasil em um comunicado de imprensa.
O Telegram, o popular serviço de mensagens online amplamente usado pelo presidente de extrema direita Jair Bolsonaro e suas redes sete meses antes da eleição presidencial, em um país atormentado pela desinformação, está sob pressão judicial no Brasil há meses.
O TSE queria que o Telegram aderisse ao “Programa Permanente de Combate à Desinformação na Esfera Eleitoral”, como fizeram Twitter, TikTok, Facebook, WhatsApp, Google, Instagram, YouTube e Kwai em fevereiro.
O anúncio desse acordo, que visa evitar que as eleições sejam interrompidas pela desinformação como em 2018, ocorre depois que um juiz do Supremo Tribunal Federal decidiu na semana passada bloquear o Telegram por não ter respondido às suas liminares judiciais.
Essa decisão acabou não sendo posta em prática, pois o aplicativo que mais cresce no Brasil, instalado em 53% dos celulares do país, acabou cedendo às exigências da Justiça. Em particular, retirou uma publicação de agosto de 2021 em que Bolsonaro questionava a confiabilidade do sistema de votação eletrônica no Brasil em vigor desde 1996 e nomeando um representante legal no Brasil.
O Telegram é peça-chave da estratégia de campanha de Bolsonaro, que visa a reeleição em outubro e defende a liberdade de expressão sem limites.
Há meses, ele tenta reunir seus seguidores no Telegram, onde tem mais de um milhão de seguidores e vários grupos de apoio.
Ao contrário de outros aplicativos, o aplicativo permite grupos de até 200.000 pessoas, canais de usuários ilimitados e moderação mínima de conteúdo, o que aumenta muito o potencial viral das notícias falsas.