Emmanuel Macron irá ao Brasil no final de março para se encontrar com o Presidente Lula, com quem tem “um alinhamento de pontos de vista muito grande”, anunciou ontem, indicando que seria abordada a questão do acordo comercial UE-Mercosul.
Depois de se encontrar cara a cara com Lula durante a COP28 em Dubai, Macron indicou que iria ao Brasil em março de 2024. “Na luta contra o desmatamento, uma verdadeira política amazônica, em questões de defesa, interesses econômicos, questões culturais, nós temos uma agenda bilateral extremamente densa e um alinhamento de pontos de vista muito grande”, argumentou, saudando o seu homólogo, um presidente “visionário” e “corajoso”. Segundo a presidência brasileira, esta visita ocorrerá no dia 27 de março.
Entre as grandes questões está o futuro do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), concluído em 2019 após vinte anos de negociações complexas, mas que nunca foi ratificado devido a preocupações nomeadamente europeias com as políticas ambientais. , especialmente o Brasil. Este acordo é “completamente contraditório” com o que o Presidente Lula “está a fazer no Brasil”, disse Macron, argumentando que “não tem em conta a biodiversidade e o clima”. Portanto, resume-se a um acordo “mal remendado”, a um “desmantelamento tarifário à moda antiga”. O presidente francês defendeu nomeadamente este acordo para “remunerar o Brasil pela sua política florestal”. “A comunidade internacional e a União Europeia devem ajudá-lo e, portanto, dar-lhe créditos de carbono para não desmatar porque você tem um tesouro florestal no Brasil” com a Amazônia, insistiu.
Lula reagiu imediatamente às críticas do seu homólogo francês sobre o acordo UE-Mercosul. “É um direito seu. Cada país tem o direito de ter a sua posição. Sempre foi mais difícil fechar um acordo com a França, porque é mais protecionista. A União Europeia não tem a mesma posição, ela pensa diferente”, declarou. aos jornalistas brasileiros em Dubai. Apesar das exigências da UE descritas como “tendenciosas” e “inaceitáveis” pelo Brasil e pela Argentina, as negociações continuam entre as duas partes.
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