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Ministério Público brasileiro pede proibição do herbicida amplamente utilizado atrazina – 10/05/2023

O Ministério Público do Trabalho brasileiro pediu a um tribunal que proíba o uso da atrazina, que está presente em 5% dos pesticidas vendidos no país, disseram os promotores na quinta-feira.

A agência reguladora nacional de saúde, Anvisa, que seria forçada a cancelar o registro de pesticidas contendo atrazina se um juiz decidir a favor dos procuradores do trabalho, não comentou imediatamente a ação movida na quarta-feira perante um tribunal de Brasília.

A atrazina, utilizada nas culturas de cana-de-açúcar, milho e soja, foi proibida na União Europeia em 2003 devido ao risco de contaminação das águas subterrâneas.

Nove anos depois, também foi proibido na Suíça, sede da Syngenta, que desenvolveu o herbicida e continua a produzi-lo e exportá-lo, segundo os promotores.

A Syngenta não respondeu a um pedido de comentário. No seu site, a Syngenta chama a atrazina de “segura para os humanos” e “boa para o ambiente e para a economia”, citando estudos que atestam a sua segurança nas explorações agrícolas dos EUA, onde a sua utilização é permitida.

O Brasil, cujo clima tropical o tornou uma potência agroindustrial, é o maior consumidor mundial de pesticidas, muitos dos quais são proibidos em outros lugares. Pesquisadores estimam que o Brasil seja responsável por cerca de 20% do uso total de pesticidas no mundo.

Os promotores citaram dados de 2021 da agência ambiental brasileira Ibama, os mais recentes disponíveis, que mostram que a atrazina é o quinto ingrediente pesticida mais usado no país. O glifosato, um herbicida que a soja geneticamente modificada é projetada para tolerar, é o produto mais vendido.

O Brasil, maior exportador mundial de soja e açúcar e grande produtor de milho, importou cerca de 77.700 toneladas de produtos contendo atrazina em 2022, principalmente da China, que respondeu por cerca de 80% do abastecimento, segundo dados comerciais do governo brasileiro .

Os Estados Unidos e Israel também exportam o produto químico para o Brasil, mostram os dados. (Reportagem de Ana Mano; edição de Brad Haynes e Aurora Ellis)

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