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No Brasil, o constrangedor caso das joias de Jair Bolsonaro

A bolsa de couro é forrada com veludo escuro. Dentro estão joias brilhantes: um par de brincos, um anel, um relógio e um colar adornado com dezenas de pingentes incrustados de diamantes. O valor desta coleção, criada pela joalheria suíça Chopard, está estimado em aproximadamente 3 milhões de euros. Seu destinatário parece, de forma um tanto inesperada, ser Jair Bolsonaro.

Já se passaram duas semanas desde que o “Caso Diamante” ganhou as manchetes no Brasil. O ex-presidente é acusado de tentar trazer ilegalmente para o país esta coleção de joias, um presente do governo saudita. Isto constrange muito Jair Bolsonaro, que reside na Flórida desde 30 de dezembro de 2022 (deixou o país às vésperas da posse de seu sucessor Lula) e que está ameaçado de processo.

Tudo começou em outubro de 2021. Ainda no poder, Jair Bolsonaro enviou seu ministro de Minas e Energia, contra-almirante Pinto Albuquerque, a Riad para representar o Brasil na cúpula do “Oriente Médio Verde”, promovida pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, conhecido como “MBS.” “, que visa valorizar as iniciativas do Reino da Arábia Saudita em matéria de alterações climáticas.

Leia também: O material é reservado aos nossos assinantes Do Brasil à Flórida, o crepúsculo de Jair Bolsonaro

Ao retornar, no dia 26 de outubro, funcionários da alfândega do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, fizeram uma descoberta surpreendente: escondida no fundo da mochila de um soldado, assessor do Ministro de Albuquerque, encontraram uma caixa de joias Chopard. Tudo vale mais de 1.000 dólares (930 euros) e por isso deve ser objeto de pré-anúncio. As joias são imediatamente confiscadas pelo fisco.

“Retrato de um homem do povo que sofreu graves danos.”

A coisa toda é, na verdade, um presente muito generoso dado pelas autoridades sauditas a Jair Bolsonaro e sua esposa Michelle. Mas é claro que o presidente de extrema direita – desde a derrota para Lula nas eleições presidenciais de 2022 – não quis transferir essas joias para o erário público nem pagar grandes taxas alfandegárias (50% do valor do produto). Então ele ordenou que seu ministro contrabandeasse secretamente “seus” diamantes para o Brasil.

Não termina aí. Há mais de um ano, Bolsonaro faz o possível para obter as joias. Em diversas ocasiões, homens de confiança são enviados para negociar com a alfândega aeroportuária. Em 29 de dezembro de 2022, três dias antes de expirar o mandato do ex-presidente, um sargento da Marinha desembarcou de um avião militar em Guarulhos e ameaçou funcionários da alfândega: “Não podemos deixar nada velho para o próximo [gouvernement], você tem que pegar tudo e tirar! » sem resultado.

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Opal Turner

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