Na terça-feira, 23 de março, o Brasil testemunhou uma nova mudança na posição dos juízes da Segunda Câmara do Supremo Tribunal Federal em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido como “Lula” (2003-2011). Por maioria de três votos a dois, os juízes consideraram que o ex-juiz Sergio Moro foi tendencioso ao condenar Lula, no contexto do caso “Lava Gato”, a nove anos de prisão no assim- chamado de “triplo”. Caso – Um apartamento, conforme decisão do juiz, em 2017, foi reservado por uma construtora para o ex-presidente. Até agora, os juízes do mais alto tribunal do país têm defendido firmemente esta ampla operação anticorrupção e não criticaram as aparentes violações cometidas pelo juiz de primeira instância em Curitiba.
Essas violações formaram a base do pedido de habeas corpus – direito de não ser preso até que se esgotassem todos os recursos legais – apresentado pela defesa de Lula em 2018 para comprovar a posição tendenciosa de Sergio Moro. Primeiro, houve a movimentação sob forte guarda policial e sob o olhar das câmeras, no dia 4 de março de 2016, para prestar depoimento, embora nunca tenha se recusado a se entregar a uma intimação judicial.
Então ele espionou seus advogados quando eles conversaram com seu cliente. A revelação, também, na mídia, de um diálogo entre a presidente Dilma Rousseff e Lula, para impedir sua nomeação como ministra, em 16 de março de 2016. E por fim, e sobretudo, a hábil revelação por Sergio Moro das confissões de Antonio Palucci, ex-ministro da Economia de Lula, às vésperas das eleições presidenciais de 2018, vencidas por Jair Bolsonaro, cujo juiz será ministro da Justiça por um período de dezoito meses.
A juíza Carmen Lúcia, que em 2018 votou contra o preconceito de Moro, mudou seu voto na terça-feira para condenar. “Representando a justiça e violando os direitos legais básicos que devem ser garantidos a todos os cidadãos.” O juiz Gilmar Méndez usou repetidamente o termo “crime” para descrever e criticar essas violações “Ambições políticas que nada têm a ver com o dever de um juiz”. Apenas o relator da Lava Jato, Edson Fascin, manteve-se fiel a Moro, seguido pelo juiz Casio Nunes Márquez, indicado por Jair Bolsonaro em setembro de 2020, que falou pela primeira vez sobre o tema.
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