(Nova York) A polêmica empresa israelense de spyware Pegasus disse na sexta-feira que abriu uma investigação após a notícia de que seu software foi usado para espionar diplomatas americanos na África.
A Apple alertou os preocupados que seus telefones estão sendo alvos deste software que permite acessar arquivos, ouvir conversas ou rastrear movimentos, segundo a informação.
Clientes pendentes
Em carta enviada à AFP, o Grupo NSO indicou que já havia suspendido clientes potencialmente afetados “pela gravidade das acusações”, sem especificar quem eram.
O grupo afirma não ter “recebido atualmente nenhuma informação, número de telefone ou indicação de que o software NSO tenha sido usado neste negócio”. Mas ele diz que está disposto a “cooperar com qualquer autoridade governamental competente e compartilhar todas as informações em seu poder”.
Neste verão, um grupo de mídia internacional revelou que a Pegasus tornou possível espionar vários jornalistas, políticos, ativistas ou empresários de diferentes países, incluindo o presidente francês Emmanuel Macron.
Mas os diplomatas americanos parecem ter sobrevivido, até porque Pegasus, de acordo com o NSO, foi projetado para não ser usado em números que começam com +1, o código de telefone dos Estados Unidos.
Diplomatas dos EUA em Uganda
De acordo com o Daily Washington Post De acordo com a Reuters, o Pegasus já foi usado para hackear iPhones de pelo menos nove funcionários do Ministério das Relações Exteriores que estão baseados em Uganda ou que trabalham principalmente com questões relacionadas à África Oriental.
Washington acrescentou o Grupo NSO à sua lista de empresas proibidas no início de novembro.
A fabricante do iPhone, que recentemente abriu um processo nos Estados Unidos contra o NSO Group para proibir permanentemente o software da empresa israelense em seus dispositivos, não quis comentar na sexta-feira.
Logo após sua descoberta neste verão, ele consertou uma vulnerabilidade de computador explorada pelo Pegasus que permitia espionar pessoas sem que os usuários tivessem que clicar em links ou mensagens presos.
A Apple indicou na época de sua reclamação que notificaria um “pequeno número” de usuários que podem ter sido alvo desse tipo de ataque.