O Banco Central do Brasil aumentou na quarta-feira sua taxa básica em 0,75 pontos, 4,25%, um terceiro aumento consecutivo na tentativa de conter o crescimento inflacionário em meio à crise do coronavírus.
A decisão, tomada por unanimidade pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), está em linha com as projeções dos analistas.
A taxa básica, que havia atingido o mínimo histórico de 2% em agosto de 2020, para estimular uma economia liderada pela pandemia, já havia sido elevada em março, depois em maio, devido a um aumento significativo da inflação desde o início do ano.
O banco central deu a entender em comunicado que outro aumento da mesma magnitude estaria sendo considerado na próxima reunião do Copom, no início de agosto, e que futuros movimentos de política monetária terão como objetivo manter as metas das Nações Unidas. ‘inflação.
O aumento dos preços ao consumidor nos últimos 12 meses atingiu 8,06%, o maior desde setembro de 2016, bem acima da meta do Banco Central de 3,75%, com margem de tolerância de até 5,25%.
Os especialistas consultados na última pesquisa semanal Focus revisaram em grande parte para cima as projeções para a inflação de 2021. Eles projetam 5,82%, ante 3,34% no início do ano.
A taxa básica já está próxima ao nível pré-pandemia (4,5% em janeiro de 2020).
As projeções da pesquisa Focus apontam para uma taxa básica de 6,25% em dezembro, a maior desde agosto de 2019.
O Copom parece menos inclinado a manter uma taxa baixa para estimular a economia: o Brasil cresceu acima das expectativas no primeiro trimestre (1,2%), apesar de uma segunda onda particularmente contundente de Covid-19.
O PIB da maior economia da América Latina poderia, assim, crescer cerca de 5% em 2021, em vez dos 3% previstos no início do ano.
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Em 2020, o PIB brasileiro sofreu uma contração histórica (-4,1%), mas menos acentuada do que nos países vizinhos, graças, em particular, a um programa de benefícios pagos aos mais pobres.
A Bolsa de Valores de São Paulo bateu vários recordes nas últimas semanas e o dólar caiu abaixo de 5 sobe pela primeira vez em um ano nesta quarta-feira durante o pregão, enquanto a vacinação ainda avança lentamente, mas dá um horizonte de retorno à normalidade.
Apesar dos bons índices de crescimento no primeiro trimestre, o desemprego atingiu nível recorde, com taxa de 14,7%.
Mas a retomada em abril das ajudas governamentais, interrompidas no final do ano passado, permitiu reanimar o consumo das famílias, ainda que os subsídios sejam inferiores aos de 2020.